Onde comer no Porto: dicas da gastronomia local

Porto é uma cidade que oferece uma quantidade enorme de lugares onde comer com preços bem acessíveis mesmo para nós que temos uma moeda tão desvalorizada. Diante disso provamos alguns pratos típicos e não poderíamos deixar de dedicar um post à rica e variada gastronomia da segunda maior cidade do país.

Antes de tudo, um resuminho do nosso trajeto numa road-trip por Portugal. Entramos no país por Bragança de onde seguimos para Braga, Guimarães, Porto eAveiro, cidades que estavam em nossos planos há um bom tempo, por fim chegamos em Lisboa de onde embarcamos de volta para casa.

Ficamos 3 dias no Porto (usa-se NO e não EM), aproveitamos então para comer o que era mais tradicional na culinária local. Nesse período fomos a lugares de todo tipo, seja por indicação, ou entrando por acaso, como também levados por amigos que moram lá. Sempre focando no que o portuense – ou tripeiro – come.

Já que alugamos um apartamento na região do centro, o ‘pequeno almoço’ como eles chamam o café da manhã, comemos no apartamento mesmo. Porém as demais refeições do dia fizemos durante nossos passeios pela cidade.

Apesar de só termos indicação do Majestic Café como um lugar imperdível para comer a qualquer hora do dia, tivemos experiências muito boas no improviso. Nesse sentido chegamos a lugares onde entramos seja por gostarmos da fachada, seja pelo ambiente que vimos pela porta, ou ainda por termos passado na hora do almoço e no final do dia voltamos para jantar para vermos no que ia dá.

Como resultado dessa aventura gastronômica, segue uma lista de nossas indicações.

Onde comer no Porto

Tasquinha dos Guindais

Esse é um exemplo clássico do ditado ‘a primeira impressão é a que fica’. Passamos pela escadaria dos Guindais a caminho da Ribeira e o restaurante improvisado nos degraus nos chamou atenção. Eram 4 ou 5 mesas apenas, à primeira vista os pratos fartos e cheirosos atiçaram nossos sentidos.

Continuamos para nosso destino, porém na volta resolvemos arriscar se aquele cantinho no patamar da escada estaria aberto. A escadaria era enorme, ainda assim encaramos o desafio de encontrar o pequeno restaurante. Já era noite e apesar de não estarmos com muita fome já que tínhamos feito um lanche rápido, resolvemos nos sentar numa mesa uma vez que eram nossas primeiras horas no Porto e ainda não tínhamos comprado nada para abastecer nossa despensa no apartamento.

Por isso decidimos comer alguma coisa logo e a caminho de casa pararmos num supermercado sem pressa para fazermos nossas compras para café da manhã e lanches.

A Tasquinha dos Guindais, como já comentei no começo, é ‘montada’ na escadaria. A cozinha da casa de João e sua esposa é a mesma que atende ao pequeno restaurante.

Pedimos 1 porção de bolinho de bacalhau, gostamos, repetimos, em seguida escolhemos salpicão, que é um tipo de embutido. Nesse meio tempo uma garrafa de vinho produzido no Porto que foi servido em copo tipo americano, mas tava valendo :).

Enquanto comíamos, conversamos com João que é um senhor muito simpático.

Todas as vezes que pessoas se aproximavam de onde estávamos, nos divertimos, as reações de quem vinha subindo a escadaria e se deparava com o que ainda tinham pela frente eram muito engraçadas… registrei nos stories e salvei no destaque Porto lá no Instagram @cantinhodena :).

Veja a vista da ponte. Nossa mesa era a que João está limpando.

Endereço: Escadaria dos Guindais, 16

Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau – onde comer um delicioso bolinho no Porto

Antes de mais nada, esclarecendo que pastel = bolinho.

Fomos nos 2 endereços, um fica por trás da Torre dos Clérigos e o outro em Vila Nova de Gaia.

É um lugar onde só produzem bolinhos de bacalhau, que de antemão já aviso, são maravilhosos. Os melhores que comemos por Portugal sem dúvida nenhuma. São carinhos, mas valem cada euro cobrado.

Oferecem o tradicional ou com recheio de queijo da Serra da Estrela que é exclusivo deles e é divino. Pedimos os 2 tipos e ainda 2 cálices de vinho do Porto branco.

Esse kit tem sobretudo uma apresentação lindinha, o bolinho é servido num copinho de papel encaixado num suporte de mdf, ainda tem um local para o cálice que vem com a data da nossa visita e torna-se um souvenir. Não para por aí, ainda na base de madeira há uma abertura para encaixarmos o polegar e levarmos o kit para onde quisermos.

Na verdade pagamos por tudo isso né? O kit de 1 bolinho com 1 taça de vinho custa 13 euros, ou seja, não tem brinde nenhum, mas adoramos lembranças de viagens e essa foi uma das que trouxemos do Porto.

Os ambientes das duas unidades da Casa Portuguesa são bem diferentes, mas ambos mantêm uma atmosfera artística. Econtramos obras de arte, livros, música e esculturas.

Unidade Torre dos Clérigos

Funciona num prédio do séc. XVIII. No térreo fica o atendimento e preparo dos bolinhos onde podemos acompanhar tudo, fotografar e filmar.

1º pavimento – 2 mesas e os banheiros.

Está exposta com reverência a primeira edição da Mensagem, obra de Fernando Pessoa. O livro está nessa janelinha ao lado da estátua do escritor.

No 2º um espaço com mesas no centro e ao redor uma biblioteca montada em estantes do piso ao teto.

A proposta é o cliente unir o momento da refeição ao prazer de ler. O ambiente é muito agradável.

Endereço: Campo dos Mártires da Pátria 108

Horário: Das 10h às 20h de segunda a quinta feira e das 10h às 21h de sexta feira a domingo

Unidade em Vila Nova de Gaia

Essa é uma loja enorme, completamente diferente, visualmente falando, da que fica no centro do Porto.

Funciona num prédio de uma antiga adega de vinho do Porto. Espaço muito amplo, com um pé direito imenso. Do mesmo modo da outra loja, tem estantes com livros nas paredes laterais e ainda um organista tocando um órgão do séc. XIX que fica no centro do espaço. Vale a pena conhecer.

Endereço: Av. de Diogo Leite, 122.

Horário: Das 10:00h às 21:00h de domingo a quinta e das 10:00h às 22:00h às sextas e sábados.

Confeitaria do Bolhão – onde comer as tradicionais tripas à moda do Porto

Encontramos a confeitaria por acaso, nosso destino era o Mercado do Bolhão que não tivemos a oportunidade de conhecer porque estava em reforma. Enquanto continuávamos nossa caminhada, passamos pela frente da confeitaria, que à primeira vista nos pareceu muito convidativa para uma refeição.

Contudo não entramos naquele momento, seguimos nosso roteiro e quando já era perto das 16:00h, depois de muitas subidas e descidas, estávamos novamente em frente à confeitaria. Não pensamos 2 vezes, entramos e fomos comer. Apesar do horário pedimos pratos de almoço, estávamos com fome :).

A confeitaria é antiga, logo na entrada tem uma padaria e mercearia com muitas opções. O entra e sai é constante. Por fim nos acomodamos no restaurante que fica mais ao fundo.

⇒ Não fotografei a padaria porque tinha muita gente e o espaço é estreito, fica antes do restaurante.

À direita o balcão que serve à padaria. Tirei a foto pouco antes de sairmos, quando o restaurante estava bem mais tranquilo.

Logo que nos sentamos numa das poucas mesas que estavam desocupadas quando chegamos, vimos o cardápio. Enquanto eu escolhia meu prato, Ricardo via a carta de vinhos. Escolhi tripas à moda – prato que João lá da Tasquinha dos Guindais nos disse que faz parte da tradição culinária do Porto e Ricardo costeletas fritas, que são as nossas bistecas.

Tripas à moda é um prato que pra mim é tal qual nossa dobradinha, muito parecida no sabor, aparência e leva praticamente os mesmos ingredientes. As costeletas não têm nada de diferente do modo como preparamos as bistecas. Os 2 pratos estavam bem gostosos.

Endereço: R. Formosa 339.

Horário: De segunda a sexta das 6:00h às 20:00h e aos sábados das 6:00h as 19:00h.

Majestic Café

A princípio essa era a única referência de onde comer no Porto que levamos na viagem. Estava em nosso roteiro para um café da manhã, contudo acabou sendo quase um ‘brunch’ pela hora que fomos.

Em primeiro lugar, um pouquinho da história do Majestic Café que é um lugar tradicionalíssimo não só como opção de onde comer no Porto, sobretudo faz parte da história cultural da cidade.

Está instalado num prédio construído em 1916. Foi inaugurado em 1922 inspirado no glamour da Bélle Époque francesa que estava no auge nos anos 20 com sua decoração Art Nouveau que até hoje está presente em todos os detalhes no grande salão.

Porém, na década de 60 chegou a fechar suas portas. O Porto perdeu por um tempo um espaço onde intelectuais, artistas e políticos se reuniam para longas conversas e debates.

Depois que passou por essa crise, foi reaberto nos anos 90, mais especificamente em 1994. Atualmente mantém a majestosa imagem que conquistou no século passado.

Adorei esse lavabo, fica na parte externa. Atravesse o salão e saia pela porta ao fundo.

O cardápio é muito variado, é preparado eventualmente para apenas um café, um lanche a qualquer hora do dia, almoço, jantar ou um ‘brunch’ forçado como fizemos.

Todas as vezes que estou preparando um roteiro e vejo sobre comidas típicas dos destinos para onde vamos, anoto e procuro experimentar o máximo que posso. Portanto pedi uma francesinha, que é um dos pratos mais tradicionais para se comer no Porto e Ricardo um croissant misto. Para beber pedimos capuccinos. Estava tudo muito gostoso e já adianto, a francesinha é enorme!!!

Endereço: Rua Santa Catarina, 112.

Horário: De segunda a sábado das 9:00h às 23:00h.

Mercearia das Flores

Um lugar para uma comidinha leve, um petisco. Enquanto aguardávamos a hora de nossa visita ao Palácio da Bolsa (a visita é obrigatoriamente guiada e com horário marcado), fomos andar pelos arredores até que chegamos à Rua das Flores.

⇒ Essa é uma rua só para pedestres.

Do mesmo modo que aconteceu com a Confeitaria do Bolhão, entramos porque gostamos do que vimos através da porta aberta.

A Mercearia das Flores é lugar com cara de mercadinho que vende produtos orgânicos, naturais que são abastecidos por pequenos produtores locais. A decoração é simples, mas charmosa. A proposta é pegar da prateleira e comer lá mesmo e se quiser levar para casa também.

Nos sentamos numa mesinha que fica na frente da loja, pouco depois fomos atendidos e recebemos um pequeno cardápio. Escolhemos uma conserva de bacalhau servida com azeitonas e tomates cereja orgânicos, cestinha de pães e uma taça de vinho para cada um.

Enquanto esperávamos o tempo passar, degustamos um bom bacalhau e ficamos observando as pessoas pra lá e pra cá.

Endereço: Rua das Flores, 110

Horário: segundas, terças e quintas das 11:00h às 21:30h, quartas das 11:00h às 19:00h, sextas e domingos das 11:00h às 22:00h e sábados das 10:00h às 22:00h.

Tasquinha dos Sabores

Finalmente em nossa última noite no Porto saímos com um casal de amigos brasileiros que estão morando lá. Depois de uma boa caminhada partindo da Ribeira, local onde marcamos para nos encontrar, chegamos à Tasquinha dos Sabores, um lugar bem gostoso frequentado por locais e onde Rogério e Silvana são acostumados a ir.

Estava bem cheio quando chegamos, todavia ainda tinha uma mesa bem na entrada, onde nos acomodamos. O cardápio é variado e bem direcionado à acompanhamentos para bebidas, posso dizer por analogia que é um barzinho ‘maior’.

Pedimos alheiras escangalhadas com grelos, traduzindo: tipo um embutido de carne branca e um ‘primo’ da couve-folha e ainda chouriço assado.

Endereço: Rua da Picaria, 32

Horário: De terça-feira a domingo das 12:30h às 15:00h e das 19:30h às  23:00h.

Mixpão – Croissanteria e Cafeteria

Nossa viagem para Porto foi no mês de novembro, ou seja, ainda com temperaturas de outono que estavam variando entre  8ºC e 12ºC. Apesar disso me deu uma vontade de tomar um chopp que eu fiquei sem acreditar. Sabe quando a gente saliva quando pensa no sabor? Pois bem, foi assim.

Meu consumo de cerveja/chopp é bem baixo há um bom tempo, como evito ingestão de glúten, essas bebidas praticamente saíram do meu cardápio etílico. Ocasionalmente tenho tomado 1 ou 2 cervejas sem glúten. Por outro lado, libero o glúten quando estamos viajando para aproveitar ao máximo as opções gastronômicas dos lugares. Imagina ter restrições do que comer no Porto?

Contudo, quando passávamos pela calçada olhei para o lado e vi um ‘puxadinho’ de madeira avançando na rua com 4 mesas e guarda-sois protegendo. À primeira vista me pareceu o lugar certo para saciar minha ‘sede’, apesar da temperatura bem baixa fazia um lindo dia de céu azul com um sol bem presente.

Pouco antes de entrarmos revelei a Ricardo meu desejo. Pedimos 2 chopps e logo depois nos sentamos em uma das mesas. Foi um deleite…

Oferecem croissants com vários sabores de recheios, sucos naturais e cafés. Vimos depois que a Mixpão Croissanteria e Cafeteria é uma marca com franquias em várias cidades de Portugal.

Endereço: Rua de Mouzinho da Silveira, 58
Horário: Todos os dias das 8:00h às 19:00h

Gostou? Se tiver lugares para acrescentar pode usar o espaço dos comentários.

Por fim, esse post faz parte de uma blogagem coletiva com o tema Dicas Gastronômicas. Muitos blogs participaram. Agora confere a lista, clica nos links e anota, sempre terá bastante informação que lhe interesse sobre onde e o que comer por aí, do contrário você não teria chegado aqui concorda?

Felipe, o pequeno viajante – Onde comer em Kathmandu, Nepal
Luana Lôpo, do blog Viagem e Cura – Quais são as comidas típicas de Portugal
Oncotô Travel – Onde Comer em João Pessoa: Melhores Restaurantes e Bares
Blog Elizabeth Werneck – Onde comer em Campos do Jordão. Melhores restaurantes
Destinos Por Onde Andei… – Almoço no Restaurante Tamboril em Inhotim
Viajando com Moisés – Comida Peruana
Comidas Pelo Mundo – Comida Baiana
Uma Senhora Viagem – Dicas Gastronômicas em Barra Grande, Bahia
Uma Viagem Diferente – Restaurantes Temáticos no Rio de Janeiro
Entre Mochilas e Malinhas – Conheça o Beco Hexagonal em São Paulo
De Lugar Nenhum – Onde comer em Maceió
3 Gerações e 1 Mala – Vale dos Vinhedos: Lugares para curtir uma boa gastronomia ao ar livre
Dani Turismo – Onde comer em Jeri
Vamos viajar pra onde agora – Onde comer em Recife
6 Viajantes – Como economizar com alimentação na Disney