Bragança fica na região de Trás-os-Montes junto com Vila Real. Devido à sua localização, resolvemos dar um esticada nos quilômetros de nossa viagem de carro pelo norte de Portugal para conhecermos um pouco da cidade.

É a capital histórica da região, uma cidade ao mesmo tempo moderna, porém com uma aldeia medieval com uma muralha em forma de coração de onde pode-se enxergar pequenas fazendas, campos e uma floresta de castanheiras e carvalhos.

Um pouco de história

Chamada de Bragantia pelos celtas e de Juliobriga pelos romanos, Bragança fica a poucos quilômetros da fronteira com a Espanha, onde estávamos há uma semana. Essa vizinhança fez de Bragança um local  importante nas batalhas centenárias entre espanhois e portugueses.

Sua história começou em 1130 quando Afonso Henriques I ergueu a cidadela murada. Em 1187, Sancho I, seu filho e sucessor, construiu o castelo de Bragança com torres de vigia, calabouços e outras estruturas, após retomar a cidade que estava em mãos do rei de León.

Séculos depois, mais precisamente em 1442, Afonso V instituiu o ducado de Bragança para seu tio João I, filho bastardo do primeiro rei Avis. Assim começou uma das mais ricas e poderosas dinastias de Portugal que, após assumir o trono português em 1640, pôs fim ao domínio espanhol sobre as terras portuguesas que já durava de 60 anos.

Reinando que durou até a dissolução da monarquia em 1910.

⇒ Durante as guerras napoleônicas, Bragança foi um importante ponto estratégico contra os invasores estrangeiros, foi de lá que Sepúlveda emitiu seu chamado para a resistência contra as forças francesas.

Como chegar em Bragança

De avião

O aeroporto fica a 7,5km do centro da cidade. Voos nacionais regulares são feitos pela Sevenair, mas também recebe voos internacionais.

De carro

Visto que Bragança está muito bem localizada na Península Ibérica, o tempo de viagem de carro partindo da maioria dos grandes centros urbanos da região é de 3horas por rodovias de norte a sul de Portugal.

De ônibus

Esse foi o meio de transporte que usamos para chegarmos à Bragança.

Nosso último destino em terras espanholas foi Zamora que está a 90km. Quando estávamos na fase de planejamento dessa viagem, pensamos inicialmente em pegarmos o carro em Zamora e de lá seguirmos nosso roteiro.

Contudo, quando fiz a simulação do aluguel do carro pegando em Zamora e devolvendo em Lisboa, pois teríamos Braga, Guimarães, Porto e Aveiro como destinos, o valor ficou quase R$ 5.000,00.

Levamos um susto! Como essa foi nossa primeira viagem após a chegada da COVID, chegamos a pensar que o preço poderia estar nas alturas por causa disso, já que o turismo estava me baixa.

Diante desse fato, começamos a ver outras possibilidades e vimos que se fôssemos de ônibus de Zamora para Bragança e lá pegássemos o carro, o valor considerando a mesma quantidade de dias ficaria perto dos R$ 1.400,00 (o valor do aluguel foi € 210 e consideramos aqui o valor da cotação da época da viagem).

Desse modo, partimos para as possibilidades de ônibus. Encontramos a Rede Expressos e a Alsa. Essa última tinha uma opção melhor de horários para nosso roteiro. Pagamos €30 por pessoa com 1 bagagem de mão + 1 no bagageiro.

O valor da passagem era €18 + €1 de seguro. A bagagem no bagageiro €10. Com as taxas o valor final chegou nos €30.

 

Mapa turismo.cm-braganca.pt

Recebemos as passagens por email. A viagem foi muito tranquila, dura 1 hora e com o fuso-horário entre Portugal e a Espanha saímos às 11:15h e chegamos às 11:30h hehehe.

A linha desse ônibus fazia um trajeto bem longo, ele saiu de Paris e iria até Porto. Imaginem! No meio do caminho paramos e houve uma troca de motorista, coisa bem rápida.

Bragança em poucas horas

Chegamos na rodoviária da cidade, seguimos a pé para a locadora que ficava a 5 minutos a pé. Pegamos o carro e seguimos direto para a cidadela que era nosso ponto de interessa naquele dia que seria intenso.

Àquela altura já era começo da tarde, estávamos com fome. Decidimos almoçar antes de qualquer passeio, mas claro que fomos para um restaurante dentro das muralhas para já entrarmos no clima.

Estacionamos o carro diante do castelo, que estava fechado ‘para almoço’. Olhamos ao redor e localizamos 2 restaurantes. Um estava fechado, era novembro de 2021 – pandemia, porém o outro estava aberto e lá seguimos ávidos por uma comidinha tipicamente portuguesa :).

Nosso roteiro na ordem que fizemos.

Dentro das Muralhas

Nosso foco eram as muralhas, pois dentro dela estão as principais atrações históricas de Bragança, a conhecida Cidadela, que foi construída do século XII e está incrivelmente preservada.

As pessoas que moram naquela parte de Bragança ainda vivem em vielas estreitas, sobrevivem do comércio das pequenas lojas de produtos artesanais, souvenirs e aos dos cafés instalados em algumas lindas casas antigas.

A muralha é formada por 15 torres e 3 portas de acesso à muralha são a de Santo Antônio, a Porta de Vila e a Porta do Sol . Entramos por essa última que fica bem em frente ao castelo.

Sua área total era de 3 hectares circundando 4 áreas onde na principal é a rua da antiga cidadela.

Almoço no Tasca do ZéTuga

O restaurante é lindinho, pequeno, com apenas 3 mesas no térreo e outras no primeiro andar que foi onde ficamos, pois quando chegamos as de baixo estavam ocupadas.

A decoração é linda, o atendimento muito bom e a comida excelente.

Restaurante em Bragança

As duas fotos de baixo são do 1º andar onde ficamos

Logo que fizemos o pedido, um pãozinho caseiro super cheiroso foi deixado na mesa com manteiga e azeite.

Eu pedi javali no pote com batata da serra (€20) e Ricardo bacalhau confitado com purê de tremosos (€22). Pretendíamos pedir uma sobremesa, mas os pratos eram muito bem servidos e não sobrou espaço.

Onde comer em Bragança

Castelo de Bragança

Já falamos anteriormente que Sancho I foi quem ordenou a construção do castelo em 1187.  No século XV, João I fez as primeiras melhorias e bem mais pra frente, já no começo do século XX o castelo passou por uma obra maior de restauração.

Com formato oval, foi construído a 700m acima do nível do mar e tem um perímetro de 660m. Suas muralhas possuem 2m de espessura em média e contornam todo o centro histórico de Bragança.

Dar a volta pela parte superior dos muros faz parte da visita. A vista da cidade e da paisagem vale a pena.

Muralhas do castelo de Bragança

Torre de Menagem

Era uma parte do castelo sem função no início do século XX. A torre fica setor Norte do castelo. Tem 17m de largura por 34m de altura. Foi construída em alvenaria e xisto que era abundante na região com granito nas bordas e aberturas. Possui salas cobertas por abóbadas reforçadas por madeira onde hoje funciona o Museu Militar com 4 andares.

No acervo espadas, armas e armaduras desde a época medieval até a Primeira Guerra Mundial, além das exploração colonialistas do regime salazarista. Como a maioria dos museus militares, é proibido fotografar, uma pena, porque a parte interna da torre é linda.

Torre da Princesa

Torre da Princesa no castelo de Bragança

Ainda dentro do castelo, mas estava fechada para visitação porque precisava de manutenção e com a pandemia estava suspensa.

Foi dependência da Casa dos Alcaides, porém também foi usada como refúgio ou cárcere das princesas. Há várias histórias sobre a torre, uma delas diz que D. Sancha, irmã de D. Afonso Henriques refugiou-se na torre para ficar longe das infidelidades do marido, outra fala que serviu de prisão para D. Leonor que foi injustamente acusada de adultério pelo marido D. Jaime e acabou morta por ele em 1512.

⇒ No século XX o castelo foi classificado como Monumento Nacional.

Ingresso: €1. Entrada gratuita às sextas das 9:00h às 12:00h.

Horários: terça a domingo das 9:00h às 12:00h e das 14:00h às 17:00h. Fechado nos feriados.

Domus Municipalis

A sede medieval do conselho municipal de Bragança reunia-se antigamente no andar de cima, num ambiente em forma de abóboda adornado com faces humanas e animais desgastadas pelo tempo e repleta de rabiscos com símbolos maçônicos.

Em formato pentagonal, é mais antiga sede de uma prefeitura em Portugal. É o único exemplar no país da arquitetura românica da Península Ibérica. Fica bem coladinho à Igreja de Santa Maria.

Domus Municipalis - Bragança

O interior do Domus Municipalis. Dá pra perceber que é um pentágono. Do lado esquerdo é a entrada onde temiam escada.

Porta de entrada com a escada. Ao lado a lateral do prédio, veja a telha da igreja aparecendo na foto.

Igreja de Santa Maria

Igreja de Santa Maria - Bragança

A mais antiga românica da cidade, fica ao lado do Domus Municipalis é também conhecida como igreja de Nossa Senhora do Sardão. É considerada a igreja mais antiga de Bragança, é do início do século XVI.

Em estilo românica inicialmente, hoje o que vê-se é o estilo Barroco devido às várias reformas ao longo dos séculos. A fachada apresenta um portal barroco ricamente decorado com duas colunas salomônicas decoradas por folhas de uvas e cachos. As colunas são de tijolos, no teto pinturas de cores vivas e uma Santa Madalena do século XVII no altar estão entre os destaques da igreja.

Só vimos a igreja por fora, quando fomos estava fechada para visitação em razão da pandemia. Mas não deixe de conhecer quando for à Bragança, vimos fotos lindas dela.

Horário: terça a domingo das 10:00h às 17:00h

Saindo da Cidadela

Seguimos no sentido contrário à Porta do Sol por onde entramos na Cidadela até passarmos pela Porta da Vila que fica no lado oposto mesmo, em linha reta. O trajeto é bem pequeno, acho que não chega nem a 1km, ladeado por casinha antigas lindinhas que dá vontade de bater na porta e entrar pra ver como são por dentro.

⇒ Saiba que passam carros entre as portas, cuidado para não se iludir com a rua de pedras e as casinhas lindas do lado.

Cidadela em Bragança

Então cruzamos a Porta da Vila e chegamos num jardim do outro lado.

Porta da Vila saindo da muralha e placa fixada do lado de fora

As cores e folhas caídas do outono ainda estavam presentes naquele dia do mês de novembro. Parecíamos 2 crianças encantadas com o colorido e folhas que caíam sobre nossas cabeças. Uma deliciosa tarde de sol com seus 10ºC.

Bragança fora das muralhas

No caminho da locadora para a Cidadela vimos que Bragança é uma cidade moderna, com tudo que tem direito, incluindo trânsito, muito movimento de carros e de pessoas, prédios modernos e tudo mais.

Como nosso objetivo era conhecermos a parte histórica da cidade, não paramos em nenhum lugar, subimos direto para as muralhas. Por outro lado sabíamos que a parte histórica de Bragança não se resumia à Cidadela como também ia além daquela região.

Depois de atravessarmos a pequena vila murada, seguimos literalmente ladeira abaixo, mas o carro ficou estacionado em frente ao castelo onde pegamos mais tarde.

Igreja de São Vicente

Igreja de São Vicente em Bragança

Segundo registros históricos, na igreja de São Vicente foi realizado o casamento secreto do Príncipe de Portugal Dom Pedro com Dona Inês de Castro.

Construída em meados do séc. XIII, analisando suas características identifica-se um primitivo templo no estilo românico. Contudo, detalhes arquitetônicos direcionam para semelhanças com obras góticas. Nos séculos XVI, XVII e XVIII a igreja passou por várias reformas, seja pelo estado de degradação que se encontrava, seja por estar numa praça que era utilizada na época até para corrida de touros, além de ser a sede da confraria do Santo Cristo.

A capela do Santo Cristo no seu interior mostra o lançamento de cobertura ogival. Na primeira metade do século XVIII, a talha dourada invade a capela-mor numa manifestação artística que visava fazer do templo uma “Domus Aurea”.

O painel de azulejos aplicado em 1929 é comemorativo da proclamação, em 1808, do General Sepúlveda contra a invasão francesa, porém existe a versão de que ele retrata o casamento secreto do príncipe.

Horário: Diariamente das 9:00h às 17:30h

Endereço: R. Combatentes da Grande Guerra 8

Voltamos para a Cidadela, subimos por outra rua para mudarmos o cenário e vermos mais daquelas casinhas lindas antigas. Pegamos então nosso carro e seguimos para o que ainda faltava em nosso roteiro.

Centro de Bragança

Pegamos o carro e seguimos em direção à Praça da Sé. Já estava escurecendo, paramos no estacionamento (gratuito) no Jardim António José D’Almeida. Vimos que havia um movimento pouco a frente. Decidimos então ir ver o que era.

Jardim António José D'Almeida Bragança

Mas antes disso, vamos mencionar o Miradouro de Nossa Senhora da Piedade que avistamos de longe quando estacionamos. Deve ser um local interessante para quem vai com mais tempo.

Mirador de Bragança

Praça do Mercado

O local onde vimos movimento de gente e de luzes era a Praça do Mercado. Estavam instalando enfeites de Natal. A área é bonita, tem umas construções em arcos antigas. Embaixo dessa praça tem um estacionamento rotativo (fica e dica para quem não conseguir uma vaga no jardim).

Procuramos fotografar de um ângulo que não mostrasse a muvuca que de andaimes e guindastes :).

Praça e Igreja da Sé de Bragança

Igreja da Sé em Bragança

Foi construída no século XVI para ser um convento. No século XVII. diocese de Miranda do Douro mudou-se para Bragança, assim passou a ser a catedral diocesana.

Posteriormente, em 2001 a igreja tornou-se paroquial sendo consagrado ao Santo Nome de Jesus e a São João Batista. O prédio foi classificado como monumento de interesse público pela Direção Geral de Patrimônio Cultural.

Infelizmente a igreja tinha acabado de fechar. Se não tivéssemos ido à Praça do Mercado teríamos consefuigi entre. Uma pena…

Logo ali ao lado vimos umas pessoas entrando por uma porta lateral e seguimos. Quando percebemos estávamos numa capela lateral onde estava começando uma missa. Ficamos 2 minutinhos e saímos já que seguiríamos para Braga naquela noite.

Ficamos uns 10 minutos na praça, vimos bares e restaurantes com mesas na rua onde não passam carros.

Tiramos fotos e seguimos viagem para Braga que seria nosso destino pelos próximos 2 dias.

Com poucas horas em Bragança dá pra conhecer os principais pontos turísticos, mesmo parando para almoçar com calma conseguimos ver praticamente tudo o que planejávamos. Com mais 2 horas na cidade indicamos conhecer a rua dos Museus (Rua Abílio Beça) que foi a única coisa que tínhamos nos planos e não conseguimos ir.

O que fazer em Bragança

Quando estamos com um carro alugado, sempre fazemos viagens bate-volta para cidades próximas ou paramos em algumas quem ficam entre aquelas onde iremos ficar mais tempo. Exemplos dessas experiências: St Augustine – Flórida, St Petersburg – Flórida, Naples, San Gimignano, Toledo, Vinícola em Temecula Valley, Córdoba – Espanha, Cascais, Óbiso e Sintra.

Com a temática de escrever sobre ‘o que fazer em…’, assim como fizemos nesses post, indicamos alguns blogs que escreveram sobre destinos no Brasil como também no exterior.

Vamos viajar pra onde agora? – O que fazer em Nova York em poucos dias  
Viajando com Moises – O que fazer em Tiradentes
Oncoto Travel – O que fazer em Japaratinga: Dicas desse Paraíso nas Alagoas
Entre Mochilas e Malinhas – O que fazer em Ilhabela com chuva 
Let’s Fly Away – O que fazer em Búzios em 3, 4 e 5 dias. Roteiro de viagem completo!
Uma Viagem Diferente – O que fazer em Saquarema, a cidade do Surf
Conselhos de Viagem – O que fazer no Uruguai?
Vamos Por Aí – O que fazer em Gramado: Guia de viagem
6 Viajantes – O que fazer na Castaway Cay: a ilha da Disney

 

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