7 passeios perto de Cusco que valem a pena

Dividimos nosso roteiro pelo Peru em 8 dias, onde mostramos o roteiro completo da viagem toda. Depois destrinchamos o que vimos pelo Vale Sagrado. Agora vamos deixar aqui dicas de outros 7 passeios perto de Cusco que valem muito a pena.

Alguns dos destinos fazem parte do Vale Sagrado e outros estão fora da região, porém mesmo assim são próximos à cidade e podemos chegar facilmente de carro que foi como fizemos, mas há opções de ônibus.

Como não usamos esse transporte não podemos das informações a respeito, todavia sabemos que pode-se chegar com eles sim.

Vamos começar pelos lugares que fazem parte ainda do Vale Sagrado. Fizemos o primeiro dia que já falamos sobre ele no post mencionado no parágrafo acima, fomos para Machu Picchu e agora recomeçamos nossos passeios perto de Cusco. Foram mais 2 dias divididos nessa ordem que segue.

Roteiro de passeios perto de Cusco

Chinchero

Foi um lugar onde o milho e as mais de três mil espécies de batatas eram cultivadas. Traz características de uma milenar tecnologia agrícola. Pelo seu tipo de terreno, localizado a 3.700m de altitude num terreno modernamente frio, Chinchero foi chamado de arquipélago vertical pelo modelo de integração ecológica praticado pelo povos andinos.

Ainda hoje as plantações de tubérculos, batatas, quinoa, fava e cevada tomam conta da região distribuídas pelas escadas formadas pela geografia local até chegarem ao topo apenas as batatas amargas e as lhamas e alpacas que gostam do clima glacial.

Em Chinchero tem uma linda igreja católica que se mistura com os vestígios de ruínas incas. Lá acontece uma feira aos domingos que é sempre muito frequentada pelos turistas. Não fomos nesse dias mas vimos muitas lojinhas pelas pequenas e estreitas ruas que dão acesso à igreja e ao pátio onde vimos a paisagem.

Não é permitido fotografar o interior da igreja

Salinas de Maras

É impressionante como o sal é retirado das águas que correm montanha abaixo. É isso mesmo, o sal produzido em Maras vem do interior dos mananciais de água morna e superfaturada de sal que são direcionadas a pequenos tanques que juntos formas as Salinas de Maras.

Esses tanques são divididos entre várias famílias que tiram de lá seu sustento. São produzidos sal grosso e refinado e a quantidade de sódio é mínima o que o torna mais saudável do que o tradicional. Durante a visita pode-se caminhar entra os tanques, são bem rasos mas como são distribuídos pelas ladeiras formadas pela montanha, é preciso ter cuidado para não escorregar.

O visual do conjunto é muito interessante, experimentamos a água que jorrava em uma estreita vala e comprovamos que é bem quente e muito salgada. O processo de evaporação leva em torno de 3 meses até o final de um tanque que depois é refeito e recomeça a próxima produção. O sal é embalado lá mesmo e depois distribuído para venda. Esse foi um lugar que nos impressionou.

Moray

Os terraços agrícolas em Moray estão entre 3.200m e 3.500m de altitude e são irrigados apenas por alguns mananciais. Em uma de suas extremidades fica um dos mais bonitos e sofisticados laboratórios ambientais do Estado Inca: Moray.

São quatro construções projetadas para aproveitar as depressões naturais que em forma de funis se precipitam por debaixo do nível do pampa. Estudos atuais encontraram variações de temperatura médias de até 5ºC  em suas superfícies agrícolas.

Moray é considerado o lugar que possibilitou o desenvolvimento de tantas variedades de milho adaptadas à altura devido às suas características especiais, graças aos terraços agrícolas criados lá é possível que a região e arredores produzam além dos tubérculos e gramíneas.

Ollantaytambo – o melhor destino para passeio perto de Cusco

Falar sobre Ollantantaytambo merecia um post exclusivo, foi o sítio arqueológico que mais nos encantou. É maravilhoso por vários aspectos, o visual é incrível e depois que fomos conhecendo mais enquanto subíamos as centenas de degraus fomos ficando impressionados com a complexidade do lugar e o que representava para o Império Inca.

Ollanta como é chamada pelos locais é uma cidadezinha pequena mas cheia de charme, é a mais interessante que estivemos durante os passeios perto de Cusco. É de lá onde parte o trem para Machu Picchu.  Possui hotéis onde muita gente pernoita na ida ou na volta da visita à montanha.

Estivemos em Ollantaytambo duas vezes, uma quando seguimos para Águas Calientes onde pernoitamos para depois seguimos para Machu Picchu e depois voltamos com calma para conhecermos as ruínas. Dos passeios perto de Cusco é o que fica mais distante, são 89km até lá, a estrada é boa apesar de ter muitas curvas. Fomos de carro depois de passarmos pelos lugares mencionados acima. Ollanta foi nosso último destino nesse dia.

Porque é tão importante

Foi sede da origem mítica do Império Inca pela sua posição em relação aos deslocamentos extremos do sol no horizonte que permite eventos de assombrosos efeitos de iluminação na área ao redor. Inspirou muitas das imagens da mitologia Inca e por isso chamou a atenção dos sacerdotes e astrônomos. Segundo eles, essa junção de fatores seria a fonte do conhecimento que faria a harmonia da vida humana com o universo de todos os povoados protegidos pelos Filhos do Sol.

Para isso os ritmos da natureza e as atividades do homem tiveram que ser sincronizados usando o tempo, cujo conhecimento se identificou como herói civilizador que em alguma das versões de seu ciclo mitológico o transformou em pedra em Ollantaytambo. É um dos maiores complexos arqueológicos do Peru com 600 hectares  incluindo conjuntos religiosos, administrativos, astrológicos, ,urbanos, pecuários e agrícolas.

Alguns elementos que compõem o parque arqueológico

Muitos elementos tornam Ollantaytambo tão importante para o povo Inca, como o Templo do Sol, Wiracochan ou Tunupa que é um monumento de 140m de altura esculpido na montanha, o solstício de inverno (21 de junho) que tem uma importância muito grande para os rituais e crenças, como também o solstício de verão (22 de dezembro) quando celebram a maior das festas daquele império que é a Festa da maturação dos homens e das semeaduras.

Essa é a montanha Wiracochan ou Tunupa. Olhe para a direção que a seta vermelha está apontando, perceba o perfil de Tunupa que foi representado numa gigantesca escultura na montanha.

A árvore de vida está simbolizada num conjunto de terraços agrícolas que se assemelham à raízes e o tronco é delimitado pelas montanhas, essa visão temos do alto do Templo do Sol.

Essa plantação representa a Árvore da Vida, quando vista do alto vê-se a silhueta de uma árvore e suas raízes.

A lhama é o maior dos camelídeos que habitam a América meridional, como suporta transportar até 20kg e resiste vários dias sem beber água, foram muito usadas pelos Incas. Em sua homenagem foi construída em Ollantaytambo na montanha Tamboqasa uma configuração para representá-la. O sol e as sombras que produz dependendo da hora do dia criam figuras que tornaram-se manifestações da arquitetura Inca, projetando elementos nos paredões de pedras montados muitas vezes em forma geométricas e no sistema de repetição.

Porta muito comum nas construções Incas, usavam muito pedras em formato de paralelogramos em variados tamanhos e eram encaixados de uma forma para dar maior sustentação.

O maravilhoso Templo do Sol lá no alto da montanha é formado por seis enormes bloos de granito rosa estão delicadamente encaixados lado a lado formando a esplêndida frente da plataforma cerimonial.

Templo do Sol

É impressionante ver como a natureza foi a inspiração e ao mesmo tempo a responsável por tantos ‘projetos’ executados pelos Incas, eles a veneravam e faziam questão de tê-la muito presente em tudo. A partir dela muitas esculturas foram feitas nas montanhas, algumas delas mudam de acordo com a posição do sol ou das estrelas. Como dissemos em praticamente todos os posts que escrevemos sobre nossa viagem ao Peru, voltamos encantados com o que vimos e ouvimos por lá.

A cidade de Ollantaytambo abaixo

Tipón – a pouco mais de 20km de Cusco

A partir daqui começa o quarto dia de nossos passeios perto de Cusco. Saímos cedo do hotel e seguimos direto para Tipón que faz parte do Vale Sagrado. Está a pouco mais de 20km de Cusco a 3.400m de altitude. Nós fomos de carro mas pode-se chegar de ônibus também mas nesse caso é preciso descer na cidade e caminhar até o sítio arqueológico ou ir de táxi.

Esse sítio é do séc. XV e tem como característica seu sistema de irrigação natural. Os Incas construíram degraus nos terraços agrícolas que vão irrigando e cima pra baixo naturalmente. Até hoje funciona normalmente a abastece boa parte da região. São mais de 200 hectares desse sítio localizado a sudeste de Cusco.

Andahuaylillas

Nossa ida à Andahuaylillas foi definida quando soubemos que lá a igreja é conhecida como a Capela Sistina das Américas. Estávamos tão perto e não poderíamos deixar de conhecê-la. Já escrevemos sobre ela, clique no link lilás com tudo sobre esse lugar que merece demais ser visitado quando estiver pela região.

Nosso guia não ficou muito satisfeito, era nítida a intenção dele em nos convencer a não irmos. Ray considera-se descendente direto do povo Quechua, então pra ele visitar um igreja católica não é nada interessante, apesar de que em Andahuaylillas há um dia no mês que a missa é realizada no idioma Quechua.

Pikillacta

Quando saímos de Andahuaylillas fomos para Pikillacta que é um sítio arqueológico do povo Wari , o nome significa ‘povo pulga’, como tinham cerca de 1,50m eram assim chamados.  Habitaram a região cerca de 500 anos antes dos Incas.

Estima-se que a cidade de Pikillacta tenha sido habitada por cerca de 10.000 pessoas em 700 pequenas casas construídas em pedras e barro.  O sistema arquitetônico era bem organizado onde vemos nitidamente ruas e quadras.

Rumicolca

Nosso guia estava bem sem empolgação e nos disse que não tínhamos o que ver em Rumicolca, nos mostrou de longe umas poucas ruínas e a Lagoa Huacarpay que estava em frente. Olhamos e percebemos que teríamos que andar uns 600m para chegarmos às ruínas e o sol das 13h nos desanimou. Ficamos satisfeitos com o que vimos mesmo de longe e seguimos nossa viagem de volta.

Conhecer esses lugares mágicos próximos a Cusco foi maravilhoso. Foram 3 dias incluindo o Vale Sagrado e ruínas Incas, 2 foram até metade da tarde e o último até às 14h. Fora isso fomos à Machu Picchu e passeamos pela cidade. Adoramos o que conhecemos no Peru, que além de Cusco e arredores esticamos as horas durante uma conexão em Lima e conhecemos um pouco da capital. Agora queremos voltar para conhecer mais o Sul do país que tem nos encantado com o que temos visto e lido a respeito.

Dicas

• Contrate os passeios antes de chegar a Cusco, assim você não perde tempo negociando quando chegar lá;
• Quando for programa sua viagem, comece a fazer pelo menos caminhadas caso seja sedentário porque nós que moramos ao nível do mar sentimos muito a altitude e ter o hábito de praticar exercícios ajuda muito;
• Tome chá de coca e mastigue as folhas sempre que possível, acelera o processo de aclimação também;
• Veja com antecedência de uma semana a previsão do tempo, nós levamos roupas de frio. Todos os dias amanheceram bem frios mas ao longo do dia esquentaram a ponto de tirarmos os casacos, mas à noite esfriava bastante novamente. Fomos em abril. O segredo é vestir-se em camadas. Veja o post sobre mala de inverno que escrevemos quando preparávamos as nossas para essa viagem;
• Intercale os passeios ao Vale Sagrado, Machu Picchu e pela cidade de Cusco para não cansar tanto, porque mesmo depois de adaptados à altitude, ainda sentimos mais cansaço do que o normal.