Muito alegres e sorridentes na foto acima mas sem noção nenhuma de que nossa aventura num Jeep em Costa Maya viraria um perrengue. Mas isso porque nosso passeio foi cancelado e não aceitamos, resolvemos insistir e pagamos um preço por isso. E olha que não foi nada barato em todos os sentidos!
Essa história que vou contar aqui faz parte de uma Blogagem Coletiva de um grupo de blogueiros com o tema Perrenges de viagem e não poderíamos deixar de relatar que podemos cair em esparrelas mundo a fora mesmo sendo viajantes experientes.
Estávamos fazendo um cruzeiro Disney Wonder que teve uma das paradas do itinerário em Costa Maya, uma ilha no México. Nessas paradas podemos descer do navio e voltarmos até a hora marcada podendo aproveitar algumas atrações dos lugares.
Como nossos filhos não são mais crianças, discutimos juntos e optamos pelo passeio Off Road Jeep Tour & Beach, contratamos diretamente pelo site do cruzeiro. Pagaríamos U$ 400 por um passeio que duraria entre 3,5h e 4h onde daríamos uma volta ao redor da ilha com uma parada numa praia para banho.
Começou um perrenguinho …
Atracamos em Costa Maya, tomamos café e nos dirigimos ao lounge onde receberíamos as pulseiras sinalizadoras de nossa atividade extra navio. Soubemos que nosso passeio havia sido cancelado por razões climáticas. Achamos estranho porque estava um lindo dia de sol.
Pedimos mais detalhes mas a moça responsável por nosso grupo disse que não sabia de mais nada, nos orientou a irmos ao balcão de atendimento do navio. Chegamos lá e nos disseram a mesma coisa, falamos sobre o lindo céu azul que víamos pelas janelas e o rapaz nos disse que não sabia de mais informações, que o passeio foi cancelado e que poderíamos escolher outro dentre as opções com disponibilidade.
Olhamos a lista que ele nos mostrou e não nos interessamos por nenhum outro, ele disse que o valor seria extornado do cartão de crédito e que poderíamos aproveitar a ilha à vontade.
Saímos do navio e diante daquele visual estávamos indignados por não podermos fazer nosso passeio de Jeep 4×4 que os meninos tanto queriam.
Chegamos em terra firme, muitos guias nos abordando e nós não mostramos interesse em nada, seguimos caminhando, passamos pelo portal de entrada e chegamos num tipo de praça com muitas lojas e mexicanos na frente nos abordando para compra de souvenirs.
Vimos uma torre com umas escadas, subimos e fomos olhar a vista lá do alto de onde víamos nosso navio também.
O passeio foi cancelado mas nem tudo estava perdido…
Continuamos andando até que saímos dessa praça e vimos um pequeno balcão com um atendente e em frente ao balcão tinha uns jipes estacionados. Surgiu aquela luz no fim do túnel, pensamos ‘será que conseguiremos fazer o passeio?
Nos aproximamos e pedimos para ver as opções de passeios, tinha um que dava a volta ao redor da ilha mas sem parada na praia porque estavam interditadas devido às algas que de vez em quando tomam conta das areias das praias que ficam impróprias para banho.
Aí entendemos porque nosso passeio foi cancelado! Mas pensamos ‘poxa, estamos aqui, não fazemos questão de entrar no mar’, queríamos conhecer as praias e um pouco mais da ilha. Negociamos e chegamos aos U$ 240 pelo passeio que duraria 1:30h a 2h. Achamos uma maravilha!!!
Ele perguntou qual era o nosso cruzeiro e pediu nosso cartão-chave onde tinha as informações que ele precisava. O passeio foi debitado no cartão de crédito que havíamos cadastrado no cruzeiro.
Voltamos lá pra entrada do porto de onde partiam todos os passeios e atividades, enquanto íamos caminhando pra lá o tempo fechou de repente e caiu o maior pé d’água. Olhávamos para o céu e víamos que estava bem fechado, mas demos uma de Poliana – pensamos positivo que logo o sol reapareceria…
⇒ Essas duas fotos são print screen de vídeos que eu fiz para o Stories no Instagram, por isso a qualidade não está muito boa, mas achei que deveria mostrar o ambiente todo. Não fotografei porque foi tudo muito rápido.
E o passeio foi uma furada!
O guia nos levou a um dos jipes estacionados e disse que ele iria em um na frente, eu com um dos meninos em outro e Ricardo num terceiro com o outro filho. Eu disse que não havia necessidade de nos dividirmos já que o carro tinha capacidade para 4 pessoas, o guia insistiu que seria mais confortável mas conversamos e não vimos necessidade.
Fomos os 4 em um jipe, o guia à nossa frente e um terceiro jipe atrás de nós caso precisássemos de suporte. Achamos isso estranho mas prevenção nunca é demais certo?
Nos acomodamos e seguimos nosso passeio num Jeep Aero Willys dos anos 1970! Foi quando fiz aquela selfie da primeira foto desse post :). Felizes da vida…
A chuva havia diminuído e mesmo que ainda estivesse forte, estávamos numa ilha, qual o problema em nos molharmos um pouquinho na chuva gente? Antes fosse só isso…
A partida no jipe já foi motivo de risadas, o freio era extremamente sensível, Ricardo apanhou um bocado até pegar o jeito. O guia disse que em hipótese alguma podíamos ultrapassá-lo e claro que não pretendíamos fazer isso.
Saímos do local de partida, pegamos uma estrada asfaltada mas ainda numa zona urbana e passamos pela famosa praia Mamahual. Vimos dicas de que era legal conhecê-la.
A realidade começou a aparecer
Em menos de 10 minutos eu, que estava sentada no banco de trás com Arthur, estava com o bumbum todo doído. O Aero Willys – carro que eu conhecia das histórias contadas por minha mãe sobre o namoro dela com meu pai que ia cortejá-la num preto que ele tinha – havia pulado tanto e chacoalhado a todos nós de uma forma que eu rezava para que chegássemos logo ao nosso destino. Porém, ainda estávamos na ida e teríamos todo o percurso da volta.
O passeio começou a durar uma eternidade e aquela visão romântica que eu tinha do mocinho indo encontrar a mocinha num Jeep Aero Willys havia se apagado completamente e para sempre :(.
Passamos por pequenas vilas com casas muito humildes, conseguimos ver algumas – poucas – vistas das praias e avistamos as algas na areia.
A chuva havia parado, graças às minhas orações, eu acredito nisso, o céu azul logo reapareceu, mas aquela altura estávamos todos bem sujos de lama por causa das poças d’água que passávamos pela estrada que era de barro.
Consegui tirar umas 2 ou 3 fotos apenas porque fiquei com receio de perder a máquina e o celular nos solavancos.
Olhávamos para trás e víamos o jipe vermelho com nosso ‘socorro’ caso precisássemos, mas percebemos que de repente poderia acontecer o contrário porque aquele parecia mais derrubado do que o nosso.
Aquela altura era torcer para que nenhum dos 3 Jeeps Aero Willys cinquentões dessem qualquer problema.
Hora das fotos e finalmente nossa volta
Finalmente chegamos a um terreno no meio do nada, apenas com areia, coqueiros e uma vegetação de mangue. Paramos, descemos e o guia disse que teríamos 10 minutos para fotos. Quase perguntei, de que? Havia um mar à frente, nós, areia cheia de algas e os lindos jipes que deveriam estar num ferro-velho!
‘Já que’ estávamos lá, pousamos para uma foto em família.
E claro que o Jeep não poderia ficar de fora, afinal ele era protagonista daquele passeio.
Ainda bem que nas fotos não dá pra ver o estado de nossas roupas, estavam podres de lama, o rosto de José Ricardo que estava na frente ao lado do pai estava todo pintado.
Chegou um momento que começamos a brincar quando víamos uma poça à frente. Levantávamos dos bancos antes de passarmos nelas para diminuirmos o impacto da volta já pensando nas dores do outro dia.
A chuva não voltou e o retorno ao ponto de partida pareceu bem mais rápido graças a Deus.
Quando chegamos ao ponto de desembarque vimos outros carros 4×4 enfileirados, perguntamos ao guia e ele nos disse que aqueles fariam outra rota e que seria um passeio de um dia inteiro, era para quem tivesse mais tempo na ilha.
Sinceramente não acreditamos muito porque eram iguais aos que vimos nas fotos do passeio no site do cruzeiro que havíamos contratado.
O guia ainda teve a coragem de nos pedir uma gorjeta, Ricardo olhou pra ele e fez de conta que não havia escutado.
No caminho de volta ao porto as pessoas nos olhavam, davam aquele risinho sem graça, estávamos todos pintados de lama e de traseiro dolorido.
Para não sairmos de Costa Maya com aquela impressão terrível e nem tampouco entrarmos no navio naquelas condições, paramos num dos restaurantes, fomos todos ao banheiro, nos limpamos como deu e sentamos numa mesa decentemente. Comemos, os meninos foram à piscina e conseguimos nos recuperar daquele perrengue.
No final do passeio, refletimos a respeito
Quando estávamos a caminho do navio demos risadas quando concluímos que a melhor parte do passeio foi quando acabou!
Perregues como esse servem para nos lembrar que quando não temos ciência de todas as informações e estamos num país ainda desconhecido, não devemos ir de encontro com os acontecimentos.
O passeio foi cancelado pela Disney por um motivo justificável, como não tínhamos um plano B, vimos à nossa frente a possibilidade de fazermos o passeio e não pensamos na má fé com que infelizmente agem algumas operadoras de turismo.
Depois dessa, diante de um passeio cancelado ou qualquer outra programação que por ventura venha a ser cancelada em nossas viagens pensaremos numa outra forma de aproveitarmos o tempo, nem que seja sentarmos num banco diante de uma praça e apreciarmos a paisagem, que é simples e pode ser muito prazerosa.
⇒ Leia também Parada do cruzeiro Disney Wonder em Key West .Nessa deu tudo certo :).
E esse não foi o único perrengue que passamos em viagens, foram muitos outros que contamos aqui e aqui. Leia porque podem acontecer com você e quem sabe nossas soluções podem lhe dar uma luz? Tem de trancar as chaves dos cadeados dentro de uma mala a chegarmos num aeroporto na Europa para um voo internacional e nos depararmos com uma greve. Mas pra tudo tem jeito :).
Mais perrengues
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7 – Foco no Mundo –Perrengues no aeroporto: o que fazer quando algo dá errado?
8 – Viagens Invisíveis – Nossos maiores perrengues de viagem
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Que aventura! Nessas horas sempre penso que “um dia vamos rir disso tudo” …
É verdade Paulo e essas risadas pós perrengue fazem parte das viagens não é? Conto nos dedos as poucas que fizemos e que não tivemos imprevistos.
Cinara desculpe mas não me contive com seu relato e dei muita gargalhada rsrsrs
As vezes as coisas acontecem para que possamos aprender !!!
De qualquer forma foi uma história inesquecível e sempre que vcs lembrarem vão dar boas gargalhadas ???
E como ficou o bumbum no dia seguinte ??? ???
Melhor um perrengue que gera risadas do que um que nos faz chorar não é Anna? Nós também rimos muito sempre que contamos pra alguém e com certeza aprendemos que insistir não vale a pena quando não temos informações suficientes. Eu acordei com um ‘certo’ cuidado ao me sentar no outro dia, mas depois não senti mais nada kkkk.
O marido sonha com um jeep desses, já está descartado kkkk O perrengue serviu pra nos alertar pra o fato de que não adianta ficar frustrado com um passeio cancelado, são coisas que acontecem e um motivo para voltar. Por falar nisso, nem precisa de um motivo para voltar ao México, é maravilhoso!
Nivia, mas se o Jeep estiver bem conservado deixa ele kkk. Olha, passamos pouco tempo no México, além de Costa Maya fomos para Cozumel e gostamos muito, temos planos de voltar ao país sim.
Caraca, um dos maiores perrengues daqui. As empresas sabem da meteorologia, é bom a gente obedecer né?
Foi um perrengão mesmo…Elas sabem sim, mas poderiam ter nos dado alguma dica do que se tratava também né Adriana? Dizerem apenas ‘problemas climáticos’ era muito vago, demos uma de sabichões e nos ferramos :(.
Puxa vida, Cynara, isto que chamo de um bom perrengue, rsrs. Fica a lição de que não devemos definitivamente insistir para simplesmente fazer a nossa vontade, temos que prestar mais atenção aos sinais e recomendações de quem entende da programação e dos destinos visitados. Aprendi muito com seu post, obrigada por compartilhar.
Bom perrengue mesmo! Depois dessa nunca mais repetiremos a ‘esperteza’.
Sabe que eu homem dia pensassem também: quando nao é para ser é melhor nao insistir que pode ser furada kkkk Imagino como ficaram depois.
Na verdade depois ficamos achando graça da situação, o sufoco maior foi durante o passeio mesmo, mas serviu de lição :).
Adorei o texto, fiquei vidrada até saber o resultado. O pessoal do navio com certeza sabia sobre a previsão do tempo né. Mas que bom, no final apesar dos pesares, tudo deu certo.
Que bom que você gostou e foi até o fim com vontade de saber o desfecho. Deu tudo certo sim e nos rendeu muitas risadas depois.
Esses perrengues fazem parte! Já tivemos vários em nossas viagens e no final fica uma ótima história para rir com os amigos.
Com certeza Marcio, depois deles sempre ficamos mais espertos né verdade?
Uma ótima reflexão. Às vezes ficamos tão ansiosos para conhecer tudo e aproveitar o máximo que não notamos os riscos que podemos correr. Adorei o seu relato, me senti juntinho de você no jipe.
Exatamente Lulu, obrigada por ter me acompanhado 🙂
Cynara, eu também já passei por perrengue no México e como vc disse por agirem de má fé com os turistas. Fazer oq a gente aprende com a vida rsrs se foi cancelado algum motivo tinha, mas precisamos aprender de uma maneira mais aventureira hahaha e ter história para contar =D
A gente aprende e se diverte, mas só depois não é?
Perrengues de viagem, quando acabam bem, são ótimas lições do que não fazer e maravilhosas e divertidas histórias a serem compartilhadas! ?
Com certeza, estou guardando todas porque daqui a pouco terei material para um livro.