Os mercados em Paris fazem parte do cotidiano nos parisienses, são destino certo não só para os que vão comprar produtos frescos toda semana como também para os que gostam de curtir lugares com boa conversa, boa bebida e claro, com excelente comida. E disso os franceses entendem.
Nós adoramos esse tipo de passeio e quando voltamos pela terceira vez à cidade colocamos 2 em nosso roteiro. Como estaríamos de quarta à sexta, fomos naqueles que estariam abertos nesse período, pois há alguns que só funcionam nos finais de semana e outros apenas aos sábados ou domingos. Escolhemos o Les Enfants Rouges e o Aligre Market.
Era uma quinta-feira, tínhamos ingressos comprados para exposição de Van Gogh no começo da manhã. Quando saímos de lá pegamos o metrô e seguimos para o Marché Les Enfants Rouges e depois fomos a pé para o Aligre Market.
Foi uma caminhada de quase 3 quilômetros, mas em Paris andar a pé pelas ruas, nos perdermos, darmos voltas e voltas até encontrarmos nosso destino e pelo caminho aqueles ‘achados’ inesperados fazem parte.
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O metrô é muito eficiente mas chega a ser um pecado estarmos andando por baixo do chão com tanta beleza lá em cima, concorda?
Nossa caminhada entre um lugar e outro foi bem demorada apesar de não ser tão longa, paramos em pequenos supermercados, sem pressa alguma, sem horário pra nada. Os mercados em Paris que havíamos escolhido tinham horário de funcionamento mas optamos por aproveitarmos o que desse, no nosso ritmo.
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Marché Les Enfants Rouges
É o mais antigo mercado de rua de Paris, desde 1615 funciona na região conhecida hoje como Haut Marais, antigamente chamada apenas de Marais. Essa mudança veio após a ascensão social do bairro e com isso ganhou mais status.
O mercado é pequeno, seus estreitos corredores têm tendas vendendo produtos frescos, embutidos, massas artesanais, flores, vinhos e muitos pequenos restaurantes espremidos entre a passagem das pessoas e os balcões. Mas nem por isso perde seu charme, a meu ver, essa é a característica que torna o Les Enfants Rouges peculiar e tradicional.
Muitos dos restaurantes estavam cheios, não estávamos com fome ainda, resolvemos comprar uns embutidos no peso para servir de acompanhamento para um vinho que poderíamos tomar à noite no hotel.
Um dos restaurantes muito bem avaliados e indicados é o Estaminet que vende ostras frescas abertas na hora que são o sucesso do lugar que também serve saladas e crepes. Não fomos nele, mas passamos e estava cheio.
Demos uma volta pelos corredores em zig-zag e saímos pelo corredor principal oposto ao que entramos. Ambos dão para a rua, não tem como errar.
Quando saímos estavam montando umas barracas na calçada, chegamos a ver umas com bolsas e acessórios em couro e outras com umas esculturas de madeira.
Endereço: 39 Rue de Bretagne
Horário: 3ª a sáb. das 9:00h às 20:30h e aos domingos das 8:30h às 17:00h
Quem vai de metrô, a estação é a Filles du Calvarie – Linha 8
Aligre Market
Na verdade toda a rua e praça Aligre se transformam num grande mercado, há tendas a céu aberto, bares e restaurantes pelas ruas.
O mercado coberto é o Marché Beauvau que fica na praça. É perto da Bastille e nos finais de semana é muito frequentado por moradores e turistas.
O Marché Beauvau estava fechado e boa parte dele em reforma. Já passava das 13h e sabíamos que isso poderia acontecer. Fomos explorar as ruas por perto que fazem parte da região do mercado.

Esquina da Rue de Cotte com a Place d’Aligre
Aligre Market – Endereço: Place d’Aligre
Horário: 3ª a sáb. das 9:00h às 13:00h e das 16:00h às 19:30h e aos sábados e domingos apenas pela manhã
2 lugares para tomar vinho e petiscar
Le Baron Rouge
Tínhamos excelentes referências para irmos ao tradicional Le Baron Rouge. Já que o mercado coberto estava fechado, fomos direto nele porque a fome começava a chegar.
Mas o Le Baron também estava fechado, vimos que havia gente dentro, abrimos a porta e os homens que estavam sentados numa mesa bebendo vinho nos disseram que só abriria na sexta-feira. Uma pena, porque queríamos muito ir.
Rodolfo, meu irmão e Mariana, minha cunhada – que também colabora com posts aqui no blog – foram um tempo antes e nos indicaram e como nos viajantes que são, mandaram algumas fotos do bar para nos incentivar a ir. Já que não conseguimos entrar, seguem algumas fotos deles.
A dica deles era pedirmos uma tábua de frios e tomarmos vinho, vejam como são expostos. Achei lindo de morrer e muito original.
Uma amiga deles que mora em Paris foi quem os levou ao Aligre, ela disse que era um local muito frequentado por moradores, o que confirma o que havíamos lido a respeito. No Le Baron Rouge há pouquíssimas mesas, 5 ou 6 apenas, a ideia é beber e comer em pé e até usar os barris de vinho como apoio.
Endereço: 1 Rue Théophile Roussell
Le Charolais
Saímos do Le Baron Rouge, viramos à direita na Rue de Cotte, passando pela calçada gostamos de um bistrozinho que funciona desde 1905 – Le Charolais, havia um casal sentado numa mesa na calçada.
Perguntamos se estava funcionando porque já passava das 14h, mas disseram que sim. Resolvemos sentar numa mesa dentro, apesar de estarmos no mês de agosto, em Paris pegamos dias frios e com pancadas de chuva.
E foi uma daquelas descobertas inesperadas que sempre são muito bem vindas. Além do casal da calçada, havia um rapaz bebendo cerveja no balcão, sentamos num mesa e fomos logo atendidos por uma moça muito simpática.
Ela nos ofereceu o vinho do menu do dia que ficava exposto numa placa na parede, o vinho era francês então aceitamos a sugestão. Pedimos uma garrafa.
Já acomodados e depois de nosso tradicional brinde começamos a observar a decoração do bistrot. Era toda de futebol americano, tinha várias bolas penduradas no teto, bandeiras e flâmulas espalhadas. O espaço é pequeno mas cheio de personalidade.
Apesar de não estarmos no Le Baron Rouge, resolvemos acatar a dica de Rodolfo e pedimos uma planches, que é a tábua de frios. Pagamos 14 € e foi um preço muito justo para o que recebemos na mesa.
No cardápio havia outras 2 opções, uma menor e outra pelo mesmo valor mas como outra variedade de frios. A nossa foi a Charcuteira. Todas vêm acompanhadas por uma cesta de pães que podem ser repostos se quisermos.
Gostamos muito do ambiente até que éramos apenas Ricardo e eu, o atendimento ficou totalmente personalizado. Ricardo resolveu ir ao banheiro e quando voltou disse que eu deveria ir conhecer. Pela cara dele percebi que tinha alguma coisa estranha, ele repetiu que eu deveria ir e avisou que eu não me assustasse que era bem limpo.
Relutei um pouco mas fui e levei o celular. Quando abri a porta realmente levei um susto, mas como ele tinha dito, estava muito limpo. Era evidente que havia sido lavado há pouco tempo. E eis que me deparo com um banheiro sei lá de que época, mas que com certeza era de quando o prédio foi construído.
E aí está o banheiro, tem umas barras nas paredes para segurança. Dá pra perceber que é pra ser usado em pé né? Mandei essa foto pra meu irmão que tinha indicado o vizinho Le Baron Rouge e ele disse que o banheiro de lá era igual, quer dizer, vai pra região de Aligre? Já saiba que se não encarar usar um banheiro assim não beba cerveja :).
Depois da tábua resolvemos pedir um prato, o dono foi pra cozinha e nos deu algumas opções do que poderia servir porque o cozinheiro havia saído ja que o horário do almoço já tinha passado há tempo.
Pedimos uma carne com salada verde e só ouvíamos o chiado da chapa enquanto ele preparava.
Estava deliciosa e adoramos o atendimento que recebemos. Enquanto esperávamos o prato, a garçonete que estava nos atendendo começou a preparar planchas para quando o restaurante reabrisse. Fui lá olhar de perto e vi que ela preparava algumas e deixava na geladeira, por isso que a nossa chegou à mesa bem geladinha.
Saímos do Aligre com uma excelente impressão, o atendimento que recebemos, a qualidade da comida e o astral nos cativaram. Quando voltarmos passaremos por lá novamente e faremos o possível para irmos num sábado quando as ruas ficam cheias de gente e de barracas vendendo os mais variados produtos.
Esse é um mercado muito diferente por ter uma área fechada, uma coberta e outras ao ar livre que se extendem pelas ruas próximas, as pessoas circulam por elas e vão parando onde tiverem vontade.
Le Charolais – Endereço: 15 Rue de Cotte
Quem vai de metrô, a estação é a Ladru Rollin
Esses 2 mercados em Paris mostram como o parisiense tem o hábito de frequentá-los, cada um com seu visual e energia, mas o que mais nos chamou atenção foi a tradição mantida pelos moradores em preservá-los vivos e presentes em sua rotina. Esse hábito nós não temos aqui, infelizmente.
Outros posts sobre mercados que temos aqui no blog
O mercado de São Telmo em Buenos Aires
Borough Market: o mercado milenar de Londres
Mercadão de São Paulo: vale mesmo uma visita?
Conhecendo o Mercado do Rastro em Madrid
O Mercado de Triana em Sevilha
Victoria: Mercado em Córdoba cheio de sabor
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Nossa, que delicia de passeio conhecer esses mercadinhos! Adorei a dica e com certeza farei quando for a Paris 🙂
É uma delícia mesmo Camila, tente ir, vale a pena.
Eu também adoro esse tipo de passeio e as suas fotos me deixaram com vontade de fazer tudo igual (só vou me preparar para o banheiro! haahaha)
kkkk o banheiro realmente precisa de um ‘preparo’, ou então evita tomar cerveja 🙂
Eu adoro esses mercadinhos! Em todas as cidades que vou pesquiso sobre eles e visito, faço um lanche, fico observando as pessoas…
Nós também fazemos isso Lid, é uma forma de conhecermos um pouco mais da cultura e rotina dos moradores além de experimentarmos sabores bem típicos.
Menina, não me fez bem ler esse post sem almoçar, me deu ainda mais fome!!! Que delícia de lugares, já deixei guardado aqui pra minha próxima visita!
Que bom saber disso Bruna.
Já fui a Paris algumas vezes mas nunca visitei um mercado… Preciso resolver isso urgentemente! ahahah vou salvar teu post pra quando viajar em setembro!
Hum, você está com viagem marcada para Paris? Que inveja verde!!!!