Vi indicações de que esse passeio era imperdível, muitas fotos lindas, mas também li um relato que falava que o percurso de barco era super perigoso, que a pessoa pensava que iria morrer, que o barco iria virar, enfim, fiquei receosa apesar de ter o hábito de passear de barco e saber nadar. E sobre a estrutura da ilha, não encontrei quase nada de registro visual. Quando optei por irmos, disse pra mim mesma, farei o relato o mais detalhado possível para ajudar a quem estiver planejando ir, queria decifrar o máximo que pudesse. Aqui conto tudo sobre como é o passeio a Cayo Bolívar, uma ilha que fica distante de San Andrés e o percurso leva em torno de 45 minutos.
Fica a aproximadamente 25 km a sudeste de San Andrés, é dividida em Oriente Cay e Ocidente Cay. Esse último é onde fica a base militar e que é proibida a visita. Ao todo, Cayo Bolívar tem 6,4km de comprimento por 3,5 km de largura.
Compramos nosso passeio no balcão do hotel, pagamos 150.000 COP = 55,50 U$ por pessoa, estavam incluidos almoço e bebida livre. O ideal é comprar assim que chegar em San Andrés porque a saída dos barcos depende da liberação do porto, como o percurso é em mar aberto, a capitania diariamente dá a autorização ou não diretamente às empresas que fazem o passeio, no nosso caso, a Porto Fino. Caso o dia marcado para seu passeio a saída não seja liberada, não se preocupe que será repassado para o próximo, e se chegar o dia de sua viagem e não tenho conseguido seguir para Cayo Bolívar, seu dinheiro será devolvido.
No nosso caso, durante a madrugada do dia que iríamos, choveu muuuito, mas muito mesmo, o dia amanheceu bem fechado. Marcaram para que estivéssemos no local de saída às 7:45h da manhã, mas optamos por não ir, se o tempo estivesse como em San Andrés, perderíamos muito do passeio. Às 8h a pessoa que trabalha no balcão de turismo do hotel chegou, falamos com ela sobre nossa decisão e ela disse que não teríamos problema nenhum, no outro dia poderíamos ir. Assim fizemos. Resolvemos então fazer outros passeios e optamos por Haines Cay e Acuario.
Veja aqui como foi nosso passeio a Haines Cay e Acuario
Só que no ‘outro dia’, apesar do tempo aberto, a capitania não liberou a saída, resolvemos fazer o voo de parasail e alugamos uma scooter para passearmos ao redor da ilha. Esse relato em outro post :).
E nosso passeio a Cayo Bolívar ficaria para nosso último dia inteiro em San Andrés, o que não é recomendado porque caso o tempo não fosse favorável, perderíamos a oportunidade, mas tivemos sorte e o tempo amanheceu lindo e o mar estava ok.
Lá fomos nós. Chegamos a Porto Fino, que é quase vizinha a nosso hotel. Demos nossos nomes, entregamos o recibo de pagamento e nos sentamos nos bancos para esperarmos. Encontramos um casal de brasileiros que havíamos conhecido durante nossa ida a West View e que depois encontramos também no Acuario. Ficamos conversando com eles e fomos apresentados a Cris, uma brasileira que estava com a mãe (Lúcia) passeando pela Colômbia. E para completar nosso ‘grupo’ de brasileiros, chegaram também Luciana e Juliana, 2 brasileiras que conhecemos no saguão de nosso hotel.
Começaram a chamar as pessoas pelos nomes. Nós e as 2 brasileiras, ficamos para o final, os outros 4 brasileiros ficaram em outro barco. Para nossa sorte, o nosso foi o último barco e não foi completamente lotado, seriam 5 pessoas por banco e fomos em 4, e os 2 primeiros bancos da frente foram livres. Colocaram alguns garrafões de água mineral e mais alguns suprimentos para nosso dia.
Nos sentamos no segundo banco de trás pra frente, eu queria ficar mais no meio, mas como já comentei em outro post, é preciso obedecer a fila. Instantes antes de partirmos, um fiscal da capitania dos portos chegou para conferir as lotações dos 3 barcos que estariam saindo juntos. E assim seguimos e mais uma vez, todos com seus coletes.
Eu pretendia filmar um pouco o trajeto, mas gente, sem chance. O mar não permite. O barco salta muuuuito, não é balanço, é salto mesmo. Olhando para o barco do lado, víamos que ele subia muito das ondas, havia momentos que ele ficava realmente suspenso, voando e imaginem o impacto quando batíamos de volta na água kkkk. Mas não senti medo em momento algum, é um passeio de aventura, um pouco radical mas percebemos que muitas vezes o marinheiro fazia de propósito, pois um deles que na verdade era nosso cozinheiro, nos ensinou até um ‘grito de guerra’ para quando batêssemos nas ondas. Foi bem divertido e tranquilo.
Recebemos sacos plásticos para guardarmos as bolsas, porque em alguns momentos entrva muita água no barco.
O percurso é lindo, o mar deslumbrante. Fomos os 3 barcos sempre próximos e em alta velocidade.
E pouco mais de 45 minutos depois, chegamos a tão esperada ilha Cayo Bolívar.
Logo na chegada vimos que era um destino imperdível. O visual é inesquecível, deslumbrante. O mar super calmo, vários tons de azul, transparente, em alguns pontos parecia uma piscina e em alguns momentos verde, a areia bem branquinha e a tranquilidade que passava era uma delícia.
Já estavam na ilha 2 barcos de outra operadora. Paramos ao lado deles. Assim que descemos, cada grupo de barqueiros chamou seus passageiros e deu as instruções:
1 – Seria montada uma tenda onde ficariam as bebidas em frente ao lugar que paramos;
2 – O almoço seria servido entre às 13:00h e 13:30h e que seríamos avisados;
3 – Perguntaram qual nossa escolha para o almoço, peixe ou frango para terem ideia da quantidade a ser feita de cada;
4 – Disseram que qualquer coisa que precisássemos poderíamos nos dirigir a eles;
5 – Cada passageiro deveria gravar o barco que foi porque voltaria no mesmo;
6 – Às 15:30h era para todo mundo estar em frente aos barcos para partirmos de volta.
Demos uma olhada em volta, vimos que algumas pessoas estavam com guarda-sol, procuramos saber e o aluguel custava 30.000 COP = 11 U$. Achamos caro e como estávamos num grupo de 8 pessoas, teriam que ser no mínimo 3. Optamos por encararmos o sol!
Estendemos cangas e toalhas na areia, passamos protetor solar em todos os centímetros de nós kkkk. Pegamos cerveja e refrigerante, entramos no mar para refrescarmos um pouco e seguimos para conhecer a ilha.
Começamos pela ‘cozinha’. A entrada é ao lado da tenda montada como apoio. Fica numa área meio fechada pela vegetação.

Caminho para a cozinha que é montada do lado oposto ao que desembarcamos na ilha
Seguimos e encontramos mesas com bancos. Quando pesquisei sobre Cayo Bolívar, não encontrei nenhuma referência a isso, cheguei lá pensando que comeríamos sentados nas cangas.
Um pouco mais a frente, encontramos todos os barqueiros na maior conversa preparando nosso almoço e assim conhecemos a cozinha improvisada por eles.

Mais tarde nos acomodamos exatamente nessa grande mesa do lado esquerdo para almoçar

Tacho num ‘fogão’ à lenha

O pessoal limpando os peixes. Vimos que eles iam ao mar para lavá-los
Fotografei tudo e vimos que haviam sanduíches de pão de forma com queijo e mortadela. Isso não foi avisado quando chegamos, pegamos um sanduíche pra dividirmos pra nós 2 e voltamos para a praia.

Pão bem novinho e a mortadela bem gostosa
Chegando de volta à areia, vimos essas placas. Vimos que Cayo Bolívar é mais estruturada do que esperávamos.
E era hora de curtirmos a ilha. Fomos dar uma volta em torno dela, chegamos ao outro lado onde tem uma barreira de corais. Tinha muita gente mergulhando. O sol estava tinindo, resolvemos continuar caminhando até darmos a volta completa. Foi aí que vimos os cozinheiros saindo da cozinha e lavando os peixes no mar. É bem rasinho desse lado, mas tem bastante corais, impossível entrar em sapatilhas.

Numa das exremidades da ilha
Nos sentamos um pouco, ficamos admirando a paisagem.
Depois seguimos para a outra parte que fica do lado direito de onde paramos o barco. É preciso atravessar um pedacinho do mar que é raso, mas tem uma correnteza forte, tem que ter perna pra chegar ao outro lado :). Mas vale muito a pena.
Chegando lá, vimos que havia uma espécie de acampamento, uma casa, roupas no varal, cadeiras. Pensei em fotografar, mas fiquei com receio de ter alguém e não gostasse da ‘invasão’. Parecia que tinha gente dentro da casa porque estava tudo como se morasse alguém ali.
Seguimos nosso passeio em torno desse pedaço da ilha. Como no outro, o lado esquerdo tem pedras e o mar é bem rasinho na beira.

Nos sentamos para descansar um pouco e apreciar o que víamos à nossa frente
E na volta, vimos que tínhamos companhia…
Sim, era um tubarão, segundo Ricardo um cação. Tinha pouco mais de 1m. Nadava lento e tranquilamente. O vimos perto da travessia para o outro lado, estava indo para o lado oposto ao que iríamos.
Ficamos um tempinho sentados na canga e ouvimos o chamado para o almoço. Nem percebemos, mas já fazia mais de 2 horas que estávamos na ilha.
Nos encaminhamos para a cozinha. As mesas eram suficientes para todos. Os pratos estavam prontos, distribuídos sobre a mesa maior. Alguns cozinheiros ficavam ao lado da mesa nos entregando os pratos feitos. Nos acomodamos onde havia espaço e foi um almoço super descontraído, com muitas risadas entre nós, os 8 brasileiros que ‘invadiram’ Cayo Bolívar naquele dia :).
Ricardo e eu escolhemos peixe, além dele tínhamos arroz de coco, salada crua, batata frita e claro, patacons kkkk que Ricardo chamava de ‘bananas ao murro’ fazendo referência às famossa batata ao murro portuguesas. Isso virou motivo de muitas risadas durante nossa refeição. A comida era bem feita, simples mas saborosa e havia pratos a mais para quem quisesse repetir. Quem optou pelo pollo = frango, recebeu quase 1/4 no prato, o pedaço era enoooorme.
Depois do almoço, a vontade que tínhamos era deitar na canga e tirar aquele cochilo, mas ainda bem que todos tivemos juizo, lembramos do sol que, apesar de em alguns momentos aparecerem umas nuvens cinzentas, estava firme e forte sobre nós.
Alguns do nosso grupo foram dar uma olhada no mar do lado oposto, que fica no ‘quintal’da cozinha e viram mais 4 tubarões iguais ao que vimos. Mas são inofensivos e estavam nadando perto das pessoas que mergulhavam para ver os peixes.
Fomos todos então direto para o mar, foi muita conversa, mais risadas e uma foto para registrar o encontro.
E chagou a hora de partirmos, às 15:30h estávamos prontos ao lado de nosso barco. Vimos que um um pequeno barco preto, com 4 homens vestidos de preto havia acabado de ancorar perto de nós. Perguntamos ao nosso barqueiro quem eram, descobrimos quem eram os ‘moradores’ daquela casa que havíamos visto no outro lado da ilha. Eram pescadores de San Andrés que passavam 2, 3 dias acampados ali pescando para suprirem os restaurantes e moradores da ilha.
Na volta, fomos avisados que nosso trajeto seria mais calmo porque não estaríamos mais contra as ondas e sim a favor delas. Foi bem mais tranquilo realmente, não pulamos nenhuma vez, voávamos sim, mas no ‘pouso’ não era mais aquele impacto nas ondas. Foi uma delícia e esse sim consegui filmar um pouco pra mostrar pra vocês.
E foi assim nosso passeio a Cayo Bolívar, um lugar que voltaria mil vezes se tivesse oportunidade. A natureza intocada traz uma serenidade e exclusividade únicas.
⇒ Atualizando – Cayo Bolivar está fechada para turismo por medidas de preservação, não há previsão de até quando irá permanecer assim. Outro ilha que também é muito procurada é Providencia, veja como ir a partir de San Andrés, esse post é de Camila do blog O melhor mês do ano que fez essa viagem.
Dicas para o passeio:
– Não deixe de levar as sapatilhas (aquelas que menciono no post geral sobre San Andrés);
– Leve protetor solar, e mesmo ficando embaixo de uma barraca, repasse a cada hora;
– Leve snorkel e máscara de mergulho;
– Se não tiver hábito de levar sol, use camisa com proteção UV e chapéu/ boné;
– Os preços desse passeio variam entre 160.000 e 180.000, mas vimos no dia que fomos umas pessoas vendendo na calçada da Porto Fino por 150.000;
– Leve toalha;
– Se tiver medo de navegar, sugiro sentar bem no meio do barco, assim sentirá menos o impacto na ida e a velocidade;
– Não levaria criança menor de 12 anos, e mesmo assim só se souber nadar bem. Imprevistos podem acontecer nesse tipo de passeio, o mar é bem forte na ida. Esse é o único passeio que fizemos que não indico para elas.
Mais sobre essa viagem:
Veja aqui o planejamento detalhado dessa viagem
Como é voar com a LAN
GHL Capital, excelente opção de hotel para uma noite de conexão em Bogotá
6 motivos para ir a San Andrés
Review do GHL Hotel Sunrise em San Andrés
Tudo sobre a ilha de Johnny Cay
Como é o passeio a Haines Cay e Acuario
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Que bom, Cynara. Fiquei mais tranquilo agora. Depois eu quero te mandar o roteiro q fiz dos nossos 5 dias em San Andrés. Gostaria da sua opinião, caso não se importe. Muito obrigado! Abraços.
Ainda bem que você se tranquilizou Saulo, ir a San Andrés e não conhecer Cayo Bolívar é um ‘pecado’:). Pode me mandar o roteiro sim, encaminha por email ou por inbox. Fico no aguardo. Um abraço.
ola, qual camera vcs usaram nos passeios? esse controle é da propria go pro?
Olá Daniela. Usamos uma GoPro Hero3 Black e nossos celulares iPhone 6. Esse controle é GoPro sim, vende separado. Nos passeios em terra, onde não correríamos riscos de molhar a câmera, usamos uma Nikon D3300.
Olá Cynara, tudo bem?
Fazendo o passeio do Prasail de manhã, a tarde é possível ir para Rocky Cay ou Cayo Bolivar?
Se sim, qual dos dois passeios vale mais a pena ?
Olá Romulo, o passeio pra Cayo Bolivar estava suspenso, não sei se voltou, caso esteja liberado não dá pra conciliar o parais pela manhã porque dura o dia quase todo, o barco volta depois das 15h para San Andrés, você poderia marcar o parasail para às 17h por exemplo, já Rocky Cay dá sem problemas porque é uma praia que fica na ilha mesmo. Cayo Bolivar é incomparavelmente melhor, mas confirme se está berta ok?
Muito obrigado pelas informações Cynara!
Vocês chegaram a conhecer alguma danceteria a noite? Estou pensando em conhecer a Blue Deep ou a Extasis.
Se puder me ajudar com outra dúvida ficarei imensamente grato. Estava vendo algumas conversões de Real para Peso Colombiano e pude perceber que a conversão está 1 real = 800 pesos, ou seja, 2000 reais serão 1.600.000,00 pesos, vc acha possível passar 5 dias com esse valor? Lembrando que ficarei no Decameron Isleño que é All Inclusive.
Mais uma vez, mto obrigado pelas informações!
Não fomos a nenhuma danceteria Romulo, os passeios diurnos nos deixaram bem cansados e optamos por jantarmos em lugares mais tranquilos e não irmos pra baladas. Olha, quanto aos custos, depende muito do estilo de viagem, nós contratamos os passeios lá, não pagamos antecipado entende? No post com o planejamento desse viagem tem todos os nossos gastos, quando olhar leve em conta que gostamos de comer bem e sempre um vinho à noite, desconte essa parte e acho que dá bem sim, mas confere o post :).
Nossa muito bom seu relato sobre caio bolivar.
Eu já estava com vontade de conhecer essa ilha depois que li seu relato tenho certeza absoluta que não perderia por nada essa visita.. obrigado