Quem viaja e não tem perrengues pra contar? Os tão temidos imprevistos acontecem em todas as viagens, por mais planejadas e organizadas que sejam, em todas eles estão presentes, em umas mais leves, em outras mais pesados, mas temos que encará-los como eventos e não como problemas. Já escrevi sobre alguns que passamos aqui e aqui.

Vamos aos perrengues de nossa viagem em família aos EUA em dezembro. Veja aqui nosso roteiro.

Perrengue (pequeno) em Recife

Quando chegamos no guichê da Polícia Federal para embarcarmos, lembrei que não estava com a identidade de Arthur, ela sempre fica em minha carteira, mas antes de sairmos de casa eu tirei o que não iria precisar na viagem e a ID dele foi junto. Só lembrei porque tive que mostrar os documentos de autorização de viagem de Letícia.

José Ricardo mostrou a ID dele e por nossa sorte o agente foi muito prestativo, pesquisou no sistema e disse que havia encontrado os dados dele que ficaram registrados em nossa última viagem em abril. Se não tivesse encontrado, um de nós teria que ir em casa para pegar o documento. Fiquei super mal em passar por essa tensão, como eu poderia ter deixado de levar um documento tão importante!

Perrengue em Miami

Passamos apenas algumas horas na cidade, o suficiente pra esperarmos minha sobrinha que chegaria em outro voo no final da tarde.

Durante nosso passeio para mostrar um pouco da cidade  a Victor, minha mãe e Letícia que não conheciam, peguei minha câmera Nikon 5100 pra fotografar. Quando olhei pelo visor não via nada, era um preto total. Tirei a lente e recoloquei, não mudou nada.

Peguei então a câmera de Ricardo, uma Sony que sempre levamos como reserva e usamos muito à noite nos restaurantes porque é bem compacta e tem boa qualidade. Fiquei usando essa câmera durante nosso passeio. Pegamos Bianca no aeroporto e seguimos viagem para Orlando.

Testei novamente minha câmera e vi que não tinha jeito, as fotos não estavam sendo registradas. Fiquei muito chateada porque adoro fotografar e essa viagem foi super, hiper planejada e sonhada e o que eu mais queria era registrá-la o máximo e o melhor possível :(.

E eu pensando que os perrengues dessa viagem seriam apenas esses!!!

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O espelho não está visível e o obturador emperrado

 

Perrengues em Orlando

1 – Enquanto organizava as coisas em casa para sairmos para o outlet, pedi pra Arthur pegar a câmera Sony que estava com ele e para surpresa, a câmera não estava em lugar nenhum. Como tínhamos trocado o carro por um menor no comecinho da manhã, voltamos à locadora para vermos se havia ficado no carro. E nada, a câmera estava perdida e junto com ela, as fotos que tirei em Miami. A partir desse dia, usei o celular e a Go-Pro para tirar fotos.

Fato 2 – Depois da locadora, fomos para as compras e um dos destinos era o Premium Outlet International Drive, saímos de lá às 10h da noite. No outro dia, começaríamos nossa diversão nos parques, o primeiro seria o Island of Adventure. Quando estava arrumando as mochilas, senti falta do meu passaporte, peguei as cópias dos meninos e do de Ricardo mas eu havia levado o meu original para o outlet caso eu usasse o cartão de crédito e pedissem. Explicando: em nossa viagem a Las Vegas em abril com os filhos (veja aqui um pouco sobre essa viagem), apresentei a cópia que sempre uso em viagens e a vendedora disse que da próxima vez eu estivesse com o original, fiquei com receio disso e resolvi levá-lo. Só usei o cartão de crédito uma vez para pagar uma bolsa para uma tia nesse dia. Procurei na bolsa que eu havia levado para o outlet e nada, procuramos no carro e nada. 2 dias que estávamos nos EUA e o saldo era uma câmera quebrada, outra perdida e eu sem passaporte.

Fiquei num estado que nem sei explicar, quando lembrava do nosso roteiro ficava enlouquecida, iríamos de avião para Washington, como eu iria embarcar sem documento? O que eu tinha era minha CNH e a cópia colorida do passaporte além do passaporte vencido que era o que tem o visto. Pensamos friamente na situação e resolvemos deixar o pessoal no parque e irmos apenas Ricardo e eu aos lugares onde havíamos estado no dia anterior. Vai que alguém havia achado e guardado? E assim fizemos.

O primeiro lugar que fomos foi a Orlando Tickets Online onde havíamos ido pegar os ingressos e eu havia entregue meu passaporte, não estava lá. Foi quando contamos nossa história e disseram que com certeza havia sido um furto, coisa que está acontecendo rotineiramente nos outlets. Como meu passaporte estava numa capa vermelha bem parecida com uma carteira, pensaram que era uma carteira com dinheiro. Peguei o telefone no consulado em Miami e saímos de lá e seguimos para as lojas onde havíamos ido, TJMaxx, Ross e no centro de visitantes no outlet. Nada. Como eu havia usado o cartão na Kipling, fomos lá e também não estava.

Já eram quase 3h da tarde, resolvemos ir para o parque para nos encontrarmos com o grupo. Aproveitamos até o fechamento e seguimos nossa programação.

Cheguei em casa um bagaço, subi, enchi a banheira, entrei e chorei, chorei e chorei. Pedi a Deus que me mostrasse um caminho para que pudéssemos continuar com nossa viagem. Ainda faltavam 16 dias e eu estava pra lá de estressada, o ânimo havia ido embora junto com a câmera e com o passaporte. Rezei, me refiz, deitei e esperei pra ver o que viria no outro dia.

No começo da manhã liguei para o consulado em Miami, contei minha história e me orientaram a seguir viagem para Washington de carro. Como de lá para New York iríamos de trem não seria necessário apresentar documentos e lá eu procurasse o consulado para solicitar uma autorização para voltar, eu deveria levar 2 fotos 3×4 atualizadas, minha passagem de volta e um B.O da delegacia. Fui muito bem atendida pelo telefone, a pessoa me orientou dessa foram porque não viu necessidade de eu ir até Miami para pegar a autorização já que em New York tem um consulado. Decidimos que mamãe, Victor e Bianca iriam de avião e Ricardo, eu e os 3 menores iríamos de carro, mas pra isso precisaríamos trocar o que estávamos, era um de 8 lugares, como fizemos compras além do que imaginávamos já que não  iríamos mais de avião, tínhamos que pegar um carro para 12 lugares, igual ao que alugamos na chegada em Miami e devolvemos em Orlando.

Na sexta-feira cedo, assim que acordei, liguei para a United e suspendi nossas reservas. Saímos de casa e no caminho liguei para Orlando Tickets Online para cotar um carro. Eu estava muito estressada para pesquisar direto. Enquanto estávamos indo para o parque e eu falando com Ronaldo pelo telefone, ele disse que eu deveria ir ao aeroporto diretamente na United para me informar se poderia embarcar com os documentos que eu tinha. Deixamos o pessoal no parque e seguimos para o aeroporto, em paralelo ele iria fazer a cotação e me enviar por email. No caminho para o aeroporto, recebi o email, um absurdo o preço, quase U$ 1.000 para pegarmos o carro na sexta à noite em Orlando e devolvermos em Washington no domingo pela manhã.

Chegamos no aeroporto, nos dirigimos à United, expliquei o que havia acontecido e fui informada que poderia embarcar com minha CNH, desde que eu não despachasse malas. Saí do guichê aliviada. Paramos mais à frente e liguei para a United no Brasil para saber como poderíamos reaver nossas passagens, imaginamos uma multa por isso, mas para nossa surpresa, como era para o mesmo destino e mesma data, seria apenas uma reativação não pagamos nada. Ufa, parecia que as coisas estavam se organizando. Voltamos para o parque e seguimos mais uma vez nossa programação.

No sábado pela manhã iríamos para o Kennedy Space Center, mas desistimos, estávamos muito cansados, resolvemos ir para Celebration para um passeio mais light e de lá seguimos para o aeroporto, nosso voo era às 4h da tarde. No aeroporto fiz o checkin normalmente, despachei uma mala em meu nome sem problemas. Apresentei apenas minha CHN e seguimos para o portão de embarque. Tive dificuldades em passar pela segurança da TSA. Mostrei a cópia do passaporte, a CNH e o agente não queria me deixar passar, me pediu um cartão de crédito, mostrei mas mesmo assim não me liberou, sinceramente acho que como mostrei a cópia do meu passaporte isso chamou a atenção, até que Arthur me lembrou que eu estava com o passaporte vencido na bolsa, como tinha meu visto válido eu mostrei. Vai pra lá, vem pra cá, mostra pra um e pra outro e fui liberada. Deixei o peso de uma tonelada pra trás.

Em New York

Chegamos dia 23 no começo da tarde. Era terça-feira. Na quarta logo cedo liguei para o consulado (+1 917-777-7777), já havia entrado no site para ver o procedimento mas em nenhum lugar explicava, disponibilizavam alguns números de telefone.

Liguei para todos e ninguém atendia. Pelo telefone fui seguindo o passo-a-passo do atendimento eletrônico e soube que o horário de atendimento era das 9:30h às 12:30h e que dos dias 25, 26, 27 e 28 não teria espediente.

Na quarta-feira liguei e mais uma vez não consegui falar. Comecei a me estressar novamente, o tempo estava correndo e eu não conseguia ter nenhuma posição sobre minha volta e nesse caso só teria a segunda-feira, 29, dia de nosso embarque para resolver tudo.

Localizamos uma delegacia bem próxima ao nosso apartamento, no começo da manhã da quinta-feira fomos lá, expliquei mais uma vez e disseram que eu precisava de uma carta do consulado para que fizessem o B.O, ou report como chamam lá. Mais uma coisa dependendo do consulado. Para adiantar, fui a uma CVS perto de casa e tirei as fotos, a passagem eu já tinha levado impressa no meu envelope de documentos.

⇒ Leia também Como foi nossa semana num apartamento alugado em New York

No dia 24 pela manhã resolvi ligar para o número de emergência que está disponível para casos de morte e prisão, finalmente fui atendida, expliquei pela milésima vez o ocorrido e me responderam que só na segunda no consulado.

Perguntei se teria chances de receber a autorização no mesmo dia e a pessoa me disse que dependeria de como no consulado iriam analisar minha situação. Meu estresse voltando, o prazo se esgotando, comecei a pensar nas possibilidades caso eu não conseguisse embarcar com todos na segunda-feira.

Os dias se passaram e eu não tinha nada a fazer, curti minha viagem e entreguei a Deus. Na segunda-feira, dia de nosso embarque, chegamos ao consulado às 9:40h da manhã, resumindo a situação lá, saímos às 12:30h com a autorização em mãos, não tive nenhuma dificuldade, mas o funcionário ficou surpreso ao saber que eu havia embarcado sem meu passaporte válido. Além dela estava com a carta solicitando o B.O em mãos, mas como tinha sido em Orlando, a funcionária me disse que achava difícil receber o documento da polícia de outro estado.

Endereço do consulado em New York:  225 E 41st St

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Autorização que recebi do consulado.

Seguimos para a mesma delegacia que tínhamos ido anteriormente e realmente não me deram o documento. Fui orientada a não abrir o envelope que é lacrado e tem uns carimbos do consulado. Trouxe comigo pois é recomendado levar consulado quando for renovar o visto.

Embarquei sem problemas com a autorização que recebi, mas ela foi retida na Polícia Federal em SP que foi onde fizemos imigração. De lá pra Recife usei minha CNH.

O resumo disso tudo:

– 1 câmera com defeito, outra perdida e um passaporte furtado;

– Vou voltar a usar apenas a cópia do passaporte em viagens já que sempre tenho minha CNH na carteira;

– Procurar o máximo de informação possível sobre procedimentos em outros países, confiar apenas no consulado não resolve muita coisa, o procedimento muda de uma cidade pra outra;

– Leva mais de uma cópia colorida dos passaportes dos viajantes;

– Não esqueça de levar a identidade dos filhos menores de idade, já que o atual modelo de passaporte não tem a filiação;

– Nos EUA, pode-se embarcar usando apenas um documento com foto;

– Caso precise cancelar um bilhete da United Airlines, peça para suspender a viagem, o bilhete ficará em aberto por 1 ano e pode ser remarcado mediante pagamento de uma taxa (em torno de U$ 100) dependendo da classe tarifária, tem que ser remarcada para os mesmos passageiros. Se precisar reativar o mesmo bilhete, para o mesmo destino, data e passageiros, não cobram nada;

– Antes de viajar, leve os números de telefones no Brasil das cias aéreas com as quais você irá viajar, caso precise, é muito mais fácil entrar em contato com o pessoal daqui.

– Cada vez mais acho imprescindível ter um chip para ligações, sem um telefone teria sido ainda mais difícil de resolver;

– Alguns compromissos de trabalho foram comprometidos, com as ligações e idas aos lugares para tentar resolver meu problema comprometeram nosso tempo além de minha cabeça :(.

Vou levar minha câmera pra assistência técnica e solicitar um novo passaporte. Como em março meu visto vencerá e tenho viagem  marcada para maio, vou tirar um novo passaporte e logo em seguida dar entrada na renovação de visto, apesar de que ter um passaporte mesmo que vencido, mas com visto válido facilitou minha vida nos EUA.

Mesmo com esses perrengues todos, nossa viagem foi linda, encaramos as dificuldades como aprendizado que nos deixam mais aptos a solucionar os problemas quando nos deparamos com eles. E que venham muitas outras viagens e com elas muitos outros perrengues.

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