Participei de uma blogagem coletiva contando sobre alguns imprevistos que passamos em viagens . Tudo aquilo que sai do planejado, o velho imprevisto é também chamado de perrengue e enquanto escrevia o post da blogagem percebi que tinha muita coisa para contar, escolhi alguns na ocasião e agora vou completar com outros que ficaram de fora.
Perrengues em Madrid
No nosso roteiro não poderia ficar de fora uma visita ao Santiago Bernabeu, sede do Real Madrid. Nos organizamos pra chegar no final da tarde. Perguntamos a um senhor bem vestido que estava ao lado de uma das entradas se aquela era a que dava acesso direto ao museu. Ele confirmou e entramos. Logo que começamos a subir as escadas, havia um painel enorme com uma foto de Robinho, Ricardo comentou comigo e o homem ouviu, subiu pra onde estávamos, perguntou se éramos brasileiros, passou o braço pela cintura de Ricardo e começou a dançar e a cantar Aquarela do Brasil, eu estava em frente a eles, deram uns 5 pulinhos juntos, ele saiu de junto de Ricardo, desceu as escadas e nós subimos.
Quando chegamos lá em cima vimos logo uma bela vista do estádio que iríamos visitar depois do museu. Ricardo foi pegar a carteira pra comprar as entradas e…. lugar limpo. O nosso ‘amigo’ levou sem percebermos, até hoje não sei como não vi nada, eu estava olhando pra eles :(.
Procuramos os seguranças do estádio, eles desceram pra procurar mas não encontraram mais o ladrão. Não visitamos o estádio, perdemos um tempão ligando pra administradora do cartão e no outro dia ainda fomos fazer um B.O. na delegacia pra finalizarmos o processo. Ainda bem que nossos documentos estavam comigo e havia pouco dinheiro na carteira. Chegando em Barcelona recebemos um cartão provisório da VISA pra usarmos durante a viagem.
Ficamos em San Sebastian de Los Reyes, conseguimos uma promoção de hotel maravilhosa, optamos por ficar mais afastados do centro. De lá seguiríamos de trem para Barcelona, seria uma viagem noturna, sairíamos no final da tarde e acordaríamos em nosso destino. Decidimos voltar no final da tarde pra San Sebastian e aproveitar pra conhecer o Plaza Norte Shopping que fica perto do hotel pra mais tarde pegarmos nossas malas e seguirmos pra estação.
Passeamos, fizemos um lanche e vimos que era hora de seguirmos pra o hotel. Já havíamos feito o chekout e deixado as malas guardadas no guarda-volumes. Saímos e procuramos um táxi, dava pra ir andando pra o hotel, víamos o prédio bem perto, mas eu estava com muita dor no joelho (joelho operado nunca mais volta ao que era) então seria muito sacrifício irmos andando e eu precisava me poupar pra continuarmos a viagem, mas não vimos pontos de taxi. Não encontramos nenhum ponto fixo no estacionamento.
Entrei no shopping novamente e perguntei onde poderíamos chamar um táxi, a pessoas do balcão de informações me deu um número pra ligar. Voltei pra encontrar Ricardo e ligamos, ainda bem que sempre levamos celular em viagens. Ele ligou, deu o endereço e disseram que estavam a caminho. 30 minutos se passaram e nada, e a hora foi ficando apertada.
Sai um rapaz e nos vê conversando, perguntou em português se éramos brsileiros, ele havia feito umas aulas de capoeira com um brasileiro e falava bem nosso idioma. Perguntou o que estava acontecendo, pois ouviu parte de nossa conversa.
Para resumir, ele fez outra ligação pra central de táxi, explicou que já havíamos solicitado e a resposta foi “senhor, não temos previsão de chegada porque não há nenhum veículo por perto, estamos aguardando algum chamado nas imediações pra atendê-lo”. Ele nos passou essa informação e nos aconselhou a irmos andando para o hotel, porque caso contrário perderíamos o trem. Agradecemos o conselho e fomos procurar o acesso mais rápido para o hotel.
No meio do caminho eu estava mancando e não conseguia subir a ladeira que dava acesso ao hotel com a rapidez que precisávamos. Ricardo foi correndo literalmente na frente pra solicitar um táxi e ir pegando as malas enquanto eu me arrastava ladeira acima. Quando cheguei ele já estava com as malas e o táxi chegou 5 minutos depois.
Ainda estávamos correndo risco de perdermos o trem.
Quando entramos no carro e Ricardo deu o nome da estação que precisávamos ir eu disse ao motorista ‘por favor moço, vá voando porque nosso trem sairá já já’ e ele disse “lamento mas o carro não tem asas” kkkk, ainda levei um baita fora no meio de tanta agonia. Mas chegamos a tempo, embarcamos, organizamos as malas no espaço que tínhamos na cabine e fui direto pra o chuveiro. Ricardo foi ao bar pegar gelo pra colocar no meu joelho. No outro dia fomos direto a uma farmácia em Barcelona comprar uma joelheira pra me ajudar a andar. E assim seguimos nossa viagem.
Perrengue em Viena
Estávamos em Budapeste e seguimos para Viena de trem. Chegamos tarde da noite, quase 22h. Resolvemos ir de táxi para o hotel. Entramos e eu entreguei a reserva para o motorista ver o endereço. Ele me devolveu e seguimos. Chegamos numa entrada recuada, ele seguiu em frente e parou diante de um hotel muito luxuoso, bem imponente e disse “chegamos”. Era o Austria Trend Hotel Shloss Wilhelminenberg Wien .
Ricardo olhou pra mim (eu que reservo os hotéis e sei os nomes e tal) e eu peguei o papel com os dados da reserva, mas no prédio não tinha o nome do hotel. Me dirigi ao taxista e disse que achava que havia um engano, que aquele não era nosso hotel. Ele olhou novamente o endereço, pensou e disse que iria dar uma volta na rua pra ver se havia outro prédio com o mesmo número.
Assim fizemos. Demos uma volta pelas imediações e nada, voltamos pra onde estávamos. Ele parou novamente em frente ao hotel luxuoso e eu voltei a repetir que não era aquele, eu lembrava da foto que tinha visto na internet. Ele sugeriu que perguntássemos na rcepção. Nesse momento eu levantei a vista e vi uma luzes uns 100m à frente, havia uma descida no terreno e uma iluminação vinha lá de baixo. Pedi que por gentileza ele descesse até lá.
E bingo! Lá estava, a fachada que eu via nas fotos kkk. Era um albergue que ficava no mesmo endereço do luxuoso hotel gente. Até o motorista sisudo riu quando confirmamos o hotel.
Perrengue em Mont Saint Michel
Durante a preparação do roteiro dessa viagem encontramos um primo de Ricardo que havia morado na França, ele disse que como não era nossa primeira vez no país, não poderíamos deixar de conhecer Mont Saint Michel. Pesquisei a respeito e compramos a ideia.
Vi as possibilidades de transporte e decidimos por alugar um carro em Paris e fazermos um bate-volta. Pegamos o carro na Gare Du Nord e com um mapa em mãos seguimos pra nosso destino. Não tivemos dificuldade pra sair de Paris, passamos por todas as ‘portas’ e chegamos à estrada.
Fui acompanhando as placas pelo caminho e percebendo que as distâncias não batiam com as que eu tinha anotado durante minhas pesquisas. E em algumas placas apareciam números que começaram a me assustar. Estava um dia chuvoso e muito frio. Comentei com Ricardo sobre minhas dúvidas e ele resolveu parar o carro. Olhamos o mapa e discutimos a respeito.
Eu anotei 140km, mas eram 140 milhas…. assim, nossa viagem que seria em torno de 1 hora seria de quase 3! E o bate-volta? Seria bem corrido porque não queríamos chegar em Paris no auge do trânsito do meio da noite. Ainda bem que valeu a pena, foi o lugar mais lindo que vi até hoje.
Perrengue em Florença
Estávamos com um carro alugado em Florença e de lá seguiríamos de trem pra Veneza. Pegamos o carro saindo de Roma, seguimos de carro até a cidade, deixamos no estacionamento do hotel por uma noite e no outro dia cedo tínhamos que devolvê-lo.
O dia da devolução seria um domingo mas em momento algum durante a reserva fomos avisados sobre horário de funcionamento da locadora.
Seguimos para o endereço indicado, chegando lá vimos que e loja da Europcar ficava na garagem do subsolo de um prédio empresarial, ok, seguimos as placas e descemos. Pra nossa surpresa a locadora estava fechada. E aí, o que fazer agora? Ficar com o carro para entregar no outro dia iria nos acarretar custo além de perdermos tempo para levarmos o carro até lá novamente.
Enquanto pensávamos em como resolver, aparece um senhor com cara de bonzinho, ele percebeu o que estava acontecendo e disse que poderíamos deixar as chaves com ele que domani ele entregaria à locadora. Gente, fiquei muito desconfiada, Ricardo me olhou pensativo, olhamos mais uma vez pra o senhorzinho e resolvemos entregar as chaves do carro a ele. Estacionamos onde ele nos indicou e seguimos pra conhecer Firenze. Quando chegamos no Brasil recebemos um recibo da Europcar dando quitação da locação.
Perrengue em Hamburgo
Resolvemos fazer o passeio nos ônibus turísticos de 2 andares em Hamburgo. Compramos os tickets dentro de um ônibus que estava estacionado em frente à estação de trem, que ficava em frente ao nosso hotel. Eu perguntei se sairíamos dali mesmo, não sei o que ela entendeu, disse que sim.
Descemos do ônibus, ela chamou um jovem que trabalhava na empresa, falou alguma coisa que não entendi (em alemão), ele nos olhou, sorriu e pediu que o seguíssemos. Ok, entramos na estação, ele foi andando e nos mostrando o lugar que por sinal é bem interessante. Chegamos do outro lado do prédio onde tem uma entrada/saída.
Continuamos andando pela calçada, ele parou perto de uma parada de ônibus e disse que estava indo almoçar, perguntou se queríamos ir junto, agradecemos e ele sorriu. Pedimos pra ele tirar uma foto nossa e ele seguiu. Resolvemos então voltar pra o ônibus onde havíamos comprado os tickets.
Atravessamos a estação novamente, quando estávamos chegando perto do ônibus a moça que nos atendeu veio correndo em nossa direção gritando ‘os espanhóis, os espanhóis’, olhava pra trás e outra pessoa da empresa falava alguma coisa que não entendemos.
Ela nos alcançou, pegou meu braço e saiu me levando correndo de volta kkkk, gente, ela corria e falava ao mesmo tempo, Ricardo do nosso lado e eu não entendia nada, até que quando chegamos na outra saída da estação e ela viu um ônibus vermelho de 2 andares ela me soltou e disse “o ponto de partida era ali”,o rapaz havia nos levado até lá mas não nos explicou isso, pensamos que ele estava apenas nos servindo de guia na estação enquanto esperávamos o horário do ônibus. O que estava estacionado é apenas o escritório.
Depois de muita correria conseguimos subir no ônibus e fazer nosso passeio. Confusões de comunicação!
Perrengues em Amsterdam
Estávamos em Londres e seguimos de avião pra Amsterdam, do aeroporto seguimos de trem pra estação central que fica bem próxima à Damrak. Era final da manhã e chovia um bocado, pelo menos não estava muito frio. Peguei o papel que estava na minha bolsa como endereço do hotel, mostrei à pessoa no balcão de informações da estação e ela disse que eu pegasse um ônibus do lado de fora, mas não sabia dizer qual era, disse que eu me informasse nas paradas. Ok.
Assim fizemos e nada, ninguém sabia dizer qual o número do ônibus.
Voltei ao balcão e a moça repetiu que pegasse o dito lá fora. Vi que com ela não conseguiria nada. Ricardo ficou com as malas em pé em frente à uma lanchonete e eu fui andar pelas paradas pra tentar identificar nosso transporte.
Nada feito, comecei a achar que havia algo de errado com o endereço que tínhamos. Depois de muito vai e vem, voltei pra perto de Ricardo e resolvemos sair dali e pegar um táxi. Fomos puxando as malas até o começo da Damrak. Chegando lá vimos aqueles carrinhos com pedalinhos, mostramos o endereço pra o condutor e ele disse que não nos levaria porque nós 2 e as malas seria muito peso pra ele, pode isso?
A fome começou a apertar, a chuva a ficar mais forte…. seguimos descendo pela Damrak. Chegamos numa praça onde tinha um quiosque que alugava bicicletas, paramos lá e fui pedir informação, a moça que me atendeu era muito gentil, pegou meu papel e mostrou pra um rapaz, ele disse que deveríamos pegar um trem que passa pela avenida e depois um ônibus. Fui achando tudo muito estranho, nas minhas pesquisas o hotel não era tão longe assim.
Saímos de lá e voltamos pela Damrak sentido Bairro Vermelho, no caminho as rodinhas de uma das malas saiu rolando avenida abaixo….ninguém imagina a cara de Ricardo, eu queria rir mas não podia, seria motivo de discussão porque estávamos muito estressados.
Entramos num bar/ restaurante, mostrei meu papel que já estava molhado àquela altura, foi nossa sorte, o garçom sabia onde ficava o hotel. O que aconteceu foi que peguei o endereço do hotel, coloquei no google maps e imprimi, esse mapa estava errado. Só nesse momento percebi que não estava com a reserva em mãos e sim com o mapa apenas. Ele nos explicou qual ônibus pegar, fomos pra Damrak no maior sufoco carregando a mala quebrada, que por sinal era a maior que tínhamos, entramos no ônibus e finalmente estávamos indo pra o hotel.
Mas como nem tudo são flores, não víamos onde comprar as passagens, não havia cobrador no ônibus. Vimos então aquelas maquininhas de auto-atendimento que já conhecíamos dos ônibus de Lisboa, mas Ricardo tentou pagar e não conseguiu, dava erro, o ticket não saía e as moedas voltavam.
Perguntei a uns estudantes que estavam sentados perto de nós se faltava muito pra nossa parada, disseram que faltavam 3. Eles desceram na próxima e quem entra? Um fiscal kkk, sim isso mesmo, saiu pedindo a todos os tickets e nós não tínhamos. Tentamos explicar o que havia acontecido, ele falava muito, com todo mundo, desceu na próxima parada, olhou pra nós pelo vidro e fez aquele sinal com os dedos apontando os olhos pra dizer ‘tô de olho’ sabem como é? Não acreditei no que estava acontecendo, só faltava sermos multados depois de uma chegada tumultuada em Amsterdam. Mas ele ficou na calçada e nós seguimos pra próxima parada e chegamso no nosso hotel que ficava bem perto dos museus. Ah, andamos de graça no ônibus :).
Só que não foi apenas na chegada que passamos por perrengue em Amsterdam….
Nosso destino era Hamburgo, íamos de trem às 6:10h da manhã. No dia anterior fomos à Amsterdam Centraal pra confirmar e estava tudo certo.
Saímos do hotel ainda escuro, pegamos um ônibus e fomos pra estação. Chovia fino mas fazia muito frio. Chegamos à estação e fomos procurar qual seria nosso portão de embarque. Não encontramos e ficamos esperando o funcionário do balcão de informações chegar, isso demorou cerca de 30 minutos.
Ricardo ficou na entrada de um dos corredores de acesso às escadas de embarque e eu segui com as passagens em mãos pra confirmar onde embarcaríamos. Ele olha, balança a cabeça e diz que não era dali que partiríamos, eu disse que havia confirmado no dia anterior e ele continuou dizendo que não era ali e sim da Sloterdijk Station. Olhou para o relógio e disse que precisaríamos correr MUITO para conseguirmos chegar a tempo, eram 5:40h. Olhei pra Ricardo que estava a uns 100m de mim e fiz sinal pra que viesse pra onde eu estava, era perto da saída.
Quando ele chegou falei rapidamente o que estava acontecendo e saímos à procura de um táxi. O que estava na vez na fila era um árabe que não sabia chegar ao nosso destino, chamou um senhor que estava no carro logo atrás e ele veio ao nosso encontro. Sabia como chegar. Olhou o relógio e disse que precisávamos nos apressar.
Entramos no carro e ele pediu desculpas porque disse que precisaria avançar alguns sinais de trânsito pra chegarmos logo. Agradecemos a ‘gentileza’ e chegamos finalmente. Faltavam 10 minutos pra o trem partir. Entramos na estação correndo e puxando as malas.
Quase tudo ainda estava fechado e não havia sinalização indicativa de onde partiam os trens. Uma jovem varria uma lanchonete, a porta estava aberta até a metade, eu me abaixei e entrei, perguntei onde partiam os trens pra Hamburgo, ela disse que não sabia mas que subindo as escadas rolantes em frente à lanchonete era partida de trens pra Alemanha.
Não pensamos 2 vezes, subimos e quando chegamos lá em cima o mostrador avisava que em 3 minutos o trem pra Hamburgo estaria chegando. Não deu tempo nem de nos acomodarmos num banco, o trem parou, nosso vagão estava bem perto de nós, entramos, sentamos e tivemos uma crise de risos kkkk. Precisamos voltar à Amsterdam com mais calma :).
Quem tem perrengue pra contar? Depois que passamos é bem divertido relembrá-lo.
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